Como Fazer a Introdução Alimentar da Criança

A nutrição infantil é um tema muito interessante e empolgante! Sabemos que o bom desenvolvimento do bebê está totalmente relacionado a hábitos alimentares saudáveis desde cedo.

Como já falamos anteriormente, o alimento mais perfeito e completo que já existiu é o leite materno, e os princípios para uma boa nutrição começam com a amamentação!

Durante os 6 primeiros meses de vida do bebê, o leite materno é o principal alimento responsável pela nutrição ótima da criança, e contém tudo que o bebê precisa, desde proteínas, carboidratos, lipídeos, até vitaminas, minerais, fatores de crescimento, hormônios, células de defesa, entre outros componentes. O leite materno protege o bebê contra doenças agudas (respiratórias e gastrointestinais, por exemplo) e crônicas futuras, como obesidade e diabetes melitus.  A composição do leite materno também varia ao longo do dia e durante uma mesma mamada, e o sabor e a composição do leite materno mudam de acordo com a alimentação da mãe!

A criança amamentada no peito exclusivamente até os 6 meses de vida tem um mecanismo de saciedade bem desenvolvido. Isso ocorre primeiro porque a criança mama em livre demanda. Ela dita o ritmo, ela diz quando quer e quando não quer mamar. Segundo porque o leite contém alguns hormônios como a leptina e a grelina, que são responsáveis pelo mecanismo de saciedade e fome no cérebro. E terceiro porque o leite varia em sua composição ao longo da mamada, aumentando proporcionalmente em gordura no final da mamada. Quando a criança para de mamar (excluindo-se, lógico, algum problema na amamentação), é porque já está satisfeita.

Após os 6 meses de vida os alimentos sólidos devem ser introduzidos, pois existe a necessidade de complementar o leite materno com outros alimentos e nutrientes, que não estão presentes no leite materno em proporções suficientes. Nessa fase o intestino do bebê já está preparado para receber novos alimentos.

Considero esse um momento chave. A criança a partir daí terá contato com diferentes sabores, texturas, paladares e sensações e os pais, principalmente, são os responsáveis por essa exposição a esse mundo de alimentos!

Para isso, algumas questões são importantes:

O bebê precisa de exemplo, e de bons exemplos dos pais. De nada adianta forçar o seu filho a comer verduras se você não come. Se falta instituir bons hábitos dentro de casa, esse é o momento. Considere uma revolução a partir daí, se ela já não aconteceu.

Vamos devagar, porque estamos com pressa. Como qualquer mudança, a introdução de alimentos leva tempo. A criança pode rejeitar o alimento na primeira, segunda ou terceira vez…e isso é completamente normal! Ou ela pode simplesmente aceitar tudo e pedir mais! Você vai se surpreender como isso acontece. O importante aqui é respeitar o ritmo do bebê. E cada um tem o seu. Não adianta querer comparar seu filho com o filho do primo da vizinha, isso só aumenta a nossa ansiedade com a questão.

Observe se o seu bebê está preparado. Ele já senta sozinho? Apoia o tronco? Pega objetos e os leva a boca? Passa objetos de uma mão para outra? Essas habilidades que a criança adquire próximo da idade de 6 meses são indicativos que a criança está pronta para receber alimentos complementares ao leite materno. Um outro reflexo que começa a ser perdido é o reflexo de protrusão da língua.  Podemos observá-lo quando colocamos algo na boca da criança ela abre a boca e coloca a língua para fora, como que empurrando o objeto ou alimento. Quando a criança começa a perder esse reflexo, também é sinal que está preparada.

Ofereça uma ampla gama de alimentos, variados e saudáveis. A criança está formando o seu paladar e gostos, e se oferecermos alimentos como verduras, legumes e frutas das mais variadas, a criança estará habituada a esses sabores e melhor será sua aceitação no futuro. A criança precisa provar o amargo, o azedo, o salgado e o doce. Não precisa ter “medo” dela não gostar de limão ou de rúcula, por exemplo. Ela precisa e deve prová-los. No fim, todos somos um pouco seletivos não é mesmo? Comemos o que gostamos. Se pudermos gostar dos alimentos saudáveis e não “sofrer” para comê-los, melhor!

Deixe o bebê ter uma experiência com os alimentos. A criança deve sentir o sabor, a textura dos alimentos! Deixe-a participar das refeições. Deixe-a pegar os talheres, que devem ser próprios da idade e de formato anatômico, livres de bisfenol A e outros componentes que podem causar alterações no metabolismo da criança. Se ela quiser pegar o alimento, deixe também, desde que respeitando as questões de segurança alimentar (tema para outro dia…).

E o leite materno? Continua? Com certeza! O leite materno continuará sendo em livre demanda, porém não exclusivo. Você pode e deve oferecer o peito após as refeições da criança, sem nenhum problema. Não atrapalha a absorção de nutrientes e ao contrário do que muita gente diz, o leite materno não vira água. Os alimentos sólidos são complementares ao leite materno, que continua sendo o alimento principal da criança.

Tenha um acompanhamento com o pediatra e nutricionista. Eles poderão orientá-lo melhor nesse fase, como dar opções de alimentos saudáveis, dicas de preparo de alimentos e receitas interessantes, com elaboração de cardápio para o bebê.

Sei que ainda existem muitas dúvidas relacionadas a esse assunto, mas não acaba por aqui!

Mandem seus comentários, dúvidas e sugestões aqui.

Um abraço,

Dra Kelly Marques Oliveira

CRM 145039

Consultório particular em São Paulo: (11) 5579-9090/ Whatsapp (11) 93014-0007

Este artigo foi originalmente publicado no blog da Lansinoh, e escrito também pela Dra Kelly.

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 Fonte:  http://www.lansinohbrasil.com.br/noticia/como-fazer-a-introducao-alimentar-da-crianca
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