Puerpério: o que é, como se preparar e de que forma apoiar mães nessa fase?
Muitas mães e gestantes sabem o que é o período de resguardo. Mas não sabem o que é puerpério. Por isso, vim aqui explicar sobre esse tema, já que gera tantas dúvidas no meio materno.
O puerpério, também chamado de pós-parto, é período de diversas mudanças involutivas causadas pela gravidez e parto. Essas mudanças acontecem tanto na produção hormonal quanto na retomada dos órgãos internos ao mesmo estágio antes da gravidez. Há quem diga que o puerpério dura cerca de 45 dias, visto que é um momento mais conhecido como resguardo. Mas, há especialistas que vem se aprofundando no assunto e estipula 3 anos de duração do puerpério.
O puerpério é cercado de crenças e tabus repassados de geração a geração. E, como aspecto positivo sobre o puerpério geracional há um reconhecimento sobre a importância do repouso bem como da revisão pós-parto na prevenção de complicações, a fim de evitar riscos contra a vida e mortalidade materna.
O início do puerpério é marcado pela involução do corpo da mulher nas primeiras 24 horas. Isso significa que a mulher não ovula porque seu organismo entende que precisa de todos os esforços voltados à retração uterina e à produção do leite. Dizem que a amamentação emagrece, e isso é verdade! Mas como será que esse processo acontece?
A ocitocina é produzida durante a sucção do bebê na amamentação e está relacionada com o emagrecimento da mãe, pois esse hormônio melhora a função metabólica e acelera o processo de transformação da gordura corporal em energia.
O período pós-parto é marcado pela queda da produção de estrogênio e progesterona. E, quando esse fenômeno acontece de forma intensa, a mãe pode desenvolver baby blues ou até depressão pós-parto.
Baby blues é a fase completamente normal para a maioria das mães logo após o nascimento do bebê e dura em torno de duas a três semanas. É marcada pela inconstância dos momentos de tristeza, de euforia e ansiedade. Já a depressão pós-parto, os sintomas são mais intensos e duradouros. Por tanto, é necessário que a mãe seja observada e acompanhada por seu médico para prevenir a evolução da doença.
Além da queda hormonal, a privação do sono está totalmente ligada com baby blues e depressão pós-parto. Por isso, saiba que se você estiver se preparando para o puerpério, ou estiver vivendo esse processo, aproveite os momentos que seu bebê dorme, e vá dormir! DESCANSE!
Sei que a vinda do bebê altera a rotina de sono dentro de uma casa. Por isso, é fundamental que as mamães tenham uma rede de apoio. Ter alguém para ajudar a cuidar das tarefas de casa, e a ficar com o bebê enquanto as mães tomam banho e se cuidam, alivia o processo do puerpério.
O pós-parto pode ser caracterizado por sentimentos ambivalentes e bem intensos. Euforia e alívio. Autoconfiança e desconforto físico. Medo de não conseguir amamentar e ansiedade quando o leite demora para aparecer. Medo de não ser capaz de cuidar e responder às necessidades do bebê. Insegurança de não ser uma boa mãe e não conseguir lidar com as responsabilidades diárias.
Todos esses sentimentos e emoções peculiares estão presentes em cada puerpério e são importantes para o desenvolvimento da mulher como mãe. Claro… cada mulher reage diferente em cada puerpério, logo, os sentimentos e os sintomas podem variar de mulher para mulher.
Mas a necessidade das redes de apoio amenizam o estresse e proporcionam segurança e bem-estar nesse processo. Ter rede de apoio é a chave para isso melhorar e aproveitar ao máximo os momentos em que seu bebê estiver dormindo. Se arrume, assista um programa que você gosta, faça atividade física se possível.
Dra., estou no meio da gestação. Como me preparo para o puerpério?
Bom, a melhor coisa a se fazer é se preparar psicologicamente para essa nova fase. Estude não só o desenvolvimento do bebê como também o desenvolvimento da mãe nos períodos pós-parto. Escute relatos de outras mães que passaram pelo puerpério, e entenda que cada caso é um caso! E saiba que nem sempre o que sua vizinha viveu durante o puerpério dela, você vai viver também! E, tudo bem por isso! Afinal, você tem a sua individualidade!
Espero que tenham gostado da leitura!
Compartilhe com as gestantes que você conhece e com as mães que estão passando por essa fase na maternidade.
Um beijo, Dra. Kelly Marques Oliveira
Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039 RQE 47171 | 88906
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