Comia tão bem, de tudo, e agora não quer comer nada! O que aconteceu?
Cerca de 30% de todas as crianças com desenvolvimento normal podem apresentar algum tipo de dificuldade para se alimentar.
Isso faz com que essa seja uma queixa muito frequente entre os pais. Esse é o caso por aí?
Nem sempre a rejeição de um alimento deve ser motivo de preocupação. Sei que falar é muito fácil, mas na prática a preocupação vem naturalmente, principalmente somada à pressão exercida pelos meios de comunicação, sociedade e profissionais de saúde para a importância de uma “alimentação saudável” e regrada, mas vamos descomplicar e facilitar!
A introdução alimentar em si nem sempre é fácil para todos os bebês. Muita novidade, muitos sabores e texturas ao mesmo tempo podem deixar seu filho desconfortável e receoso, mas, com paciência e perseverança, logo ele levará os alimentos até a boca para provar e descobrir quais são seus favoritos. Isso porque comer é um ato sensorial!
Sim, comer apenas é instintivo na primeira semana de vida, depois disso, torna-se um comportamento aprendido e repetido nas demais vezes. Por isso é preciso olhar para o ato de comer como algo complexo, e que envolve inúmeras experiências novas para a criança.
Mas Dra, ele já comia bem… De repente passou a apresentar dificuldades!
E se eu te disser que essa atitude pode ser reflexo de um salto de desenvolvimento ou pico de crescimento? Quando o bebezinho desenvolve, de repente, uma nova habilidade, é preciso de certo tempo até que ele se acostume com a novidade. Seu sistema cognitivo ainda não é bem desenvolvido, portanto novos aprendizados podem parecer assustadores nessa fase (principalmente porque ele não entende o que está acontecendo consigo mesmo, houve uma mudança física e neurológica repentina sem tempo hábil para se adaptar).
Durante esse período de intenso aprendizado, é completamente normal que a criança apresente alterações de sono e apetite, ou seja, passe a comer menos de uma hora para outra!
E essas “crises” alimentares normalmente acontecem em períodos semelhantes para os bebês, como por exemplo próximo aos 2 anos(época conhecida como adolescência do bebê). Muitas mudanças estão acontecendo nessa fase, a criança está se descobrindo como indivíduo e começa a tomar decisões baseadas em suas vontades, e é claro que alguns alimentos não conseguiriam escapar dos “não quero” de seu filho.
Além de tudo isso, o calor também pode afetar o apetite de seu filho, sabia? Em épocas mais quentes, é completamente normal que seu filho coma menos. Durante esses períodos, ofereça mais líquidos (caso o bebê não esteja mais em amamentação exclusiva) e invista em comidinhas frescas como frutas ou legumes congeladas, receitas leves (como tortinhas de frango). Quando mais leve, melhor.
Mas essas crises dos “nãos” para os alimentos passam! O mais importante é ter paciência durante elas e sempre investir na COMUNICAÇÃO ATIVA com seu filho. Converse com ele, pergunte por que ele não quer tal alimento, tente oferecer de outra forma e pergunte se ele prefere. E nunca obrigue ou force o consumo de um alimento que a criança esteja negando! Isso pode agravar ainda mais a situação e criar uma emoção negativa relacionada a alimentação.
Para descomplicar de uma vez, minha dica é: Comia bem e de repente não quer mais comer? Tenha paciência, invista no diálogo, compreensão e não foque somente na alimentação, e sim na rotina completa de seu filho. É preciso olhar amplamente para entender o que se passa!
E se notar que a dificuldade alimentar está persistente mesmo com essas dicas, procure um pediatra para conversar e explicar a situação a fundo.
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FONTE:
- Relações Cognitivas com o Alimento na Infância: abordagem ampliada e integrada – ILSI Brasil
- https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4422250/mod_resource/content/0/Fasc%C3%ADculo-Rela%C3%A7%C3%B5es-Cognitivas-com-o-Alimento-na-Inf%C3%A2ncia.pdf
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Dra Kelly Marques Oliveira
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