Diante do aumento de casos de microcefalia no País, particularmente na região Nordeste, e possível associação com o Zika Vírus, devemos estar alertas e entender essa situação.
O Ministério da Saúde informou nessa semana que já foram notificados 739 casos suspeitos de microcefalia em 160 cidades de nove estados do país. A principal hipótese para o surto continua sendo o contágio por zika vírus – identificado no Brasil pela primeira vez em abril.
O maior número de ocorrências ocorreu em Pernambuco – 487. Depois de Pernambuco, os estados com mais registros são Paraíba (96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9), Bahia (8) e Goiás (1). Há uma morte sendo investigada, no Rio Grande do Norte. O aumento do número de casos é crescente no país.
Pode haver uma possível relação do aumento do número de casos de microcefalia com a ocorrência da doença pelo Zika Vírus, doença que apareceu pela primeira vez em abril desse ano no país, porém o Ministério da Saúde ainda não tem nada comprovado.O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a dengue e o chikungunya.
A microcefalia é um sinal de alarme de que algo precisa de melhor investigação, e em conjunto com outros sinais e sintomas, pode caracterizar uma síndrome ou doença congênita, malformação genética ou ser um efeito secundário a infecções, agentes químicos ou biológicos, vírus ou mesmo radiação.
O que mais têm preocupado as autoridades de saúde no país é grande aumento de crianças nessa situação, numa determinada região e ainda sem uma causa definitiva que explique o motivo.
Vamos entender melhor sobre a doença, como evitá-la e o que fazer nesse momento!
Entenda o que é a microcefalia
Microcefalia é uma condição médica que se caracteriza por um crânio menor do que o tamanho médio, geralmente por causa de uma falha no desenvolvimento do cérebro. O problema pode estar associado a síndromes genéticas ou a outros fatores como abuso de álcool e drogas durante a gravidez ou a infecção da gestante por rubéola, catapora ou citomegalovirus, ou outras infecções. Há uma diminuição do perímetro cefálico, ou seja, da cabeça do bebê, sendo menor que 33cm ao nascimento. Esse valor é diferente para prematuros.
Quais as causas desta condição?
Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
A microcefalia pode levar a óbito ou deixar sequelas?
Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
Como é feito o diagnóstico?
Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é o melhor momento para avaliar possíveis anomalias congênitas. Por isso, é importante a notificação dos casos de microcefalia pelos profissionais de saúde no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
Qual o tratamento para a microcefalia?
Crianças que nascem com microcefalia podem ter atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e Não há um tratamento definitivo capaz de fazer com que a cabeça cresça a um tamanho normal, mas há opções de tratamento capazes de diminuir o impacto associado com as deformidades. Dependendo do caso, é possível corrigir a anomalia por meio de cirurgia. As crianças precisam fazer acompanhamento junto ao pediatra e neurologista regularmente.
Quais estados estão apontando crescimento de casos de microcefalia acima da média?
O Ministério da Saúde está os casos de microcefalia em Pernambuco, estado que tem apresentado aumento de casos da doença, classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como situação inusitada em termos de saúde. Temos recebido relatos de profissionais de saúde sobre o mesmo corrido nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Todas essas suspeitas estão sendo investigadas e todos esses locais contam com a atuação de profissionais de saúde do ministério.
Há registro de ‘surtos’ de microcefalia em outros países?
Por enquanto, não há relatos na literatura cientifica e nem casos registrados em outros países da associação do zika vírus com a microcefalia. No entanto, nenhuma hipótese está sendo descartada.
Que exames estão sendo realizados nas crianças e nas gestantes dos estados (PE, RN e PB) que já notificaram o Ministério da Saúde?
A partir dos casos identificados em Pernambuco, como já informado, estão sendo realizadas investigações epidemiológicas de campo, tais como: revisão de prontuários e outros registros de atendimento médico da gestante e do recém-nascido. Também estão sendo feitas entrevistas com as mães por meio de questionário. Os casos seguem para investigação laboratorial e exames de imagem como a tomografia computadorizada de crânio.
Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde?
Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro cerebral e à idade gestacional, assim como à notificação de casos suspeitos de microcefalia no registro de nascimento da criança.
Que medidas devo tomar de prevenção contra a infecção por Zika Vírus?
Até o momento, não há nenhum tipo de tratamento disponível para a fase aguda da infecção por zika vírus, que dura cerca de três dias. O Ministério da Saúde orienta que grávidas ou mulheres que pretendem engravidar tenham “cuidado redobrado” para evitar infecções virais. Os principais sintomas são febre baixa e manchas pelo corpo (exantema).
Orientações às gestantes sobre os casos de microcefalia
- Devem ter a sua gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico
- Não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas
- Não utilizar medicamentos sem a orientação médica
- Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções
- Adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (recipientes com água parada e locais de armazenamento de água)
- Proteger-se de mosquitos – manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes indicados para gestantes
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Um bjo
Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039
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fonte: Ministério da Saúde e Bem estar
fotos: Ministério da Saúde