Alerta: lactação x dipirona

 

Você, mamãe, já se perguntou se tomar dipirona (metamizol) durante o período de amamentação faz mal ao bebê?

Existem muitos debates à respeito desse tema. Diversos estudos já foram feitos em vários países e seus resultados são controversos entre si, deixando mães do mundo inteiro com essa dúvida em mente.

Recentemente saiu uma nova classificação sobre a dipirona e o seu uso durante a lactação, no site e-lactancia.org, reconhecido pela Academia Americana de Amamentação como fonte confiável de consulta para medicamentos durante a lactação. O risco passou de provável baixo risco, para ALTO RISCO NA AMAMENTAÇÃO, atualizado dia 8 de abril de 2019.

Para esclarecer esse assunto, trouxe aqui o resultado de algumas dessas pesquisas que podem te ajudar.

Metamizol ou Dipirona é uma droga analgésica e antipirética derivada da pirazolona, e pode ser administrada via oral, retal, intramuscular ou intravenosa a cada 6 ou 8 horas.

É excretado no leite materno em uma concentração menor do que o que é considerado significativo: 6,2% versus 10% (Zylber 1986, Rizzoni 1984). Foi detectado no plasma ou na urina de bebês cujas mães o estavam tomando (Rizzoni, 1984).

Nenhum efeito colateral foi relatado em bebês de mães que o fazem, exceto por uma crise cianótica (Rizzoni, 1984).

Aumento do risco de leucemia linfocítica aguda foi encontrado em crianças cujas mães tomaram metamizol durante a gravidez e amamentação, enquanto o uso de paracetamol durante a gravidez foi um fator de proteção (Couto 2015).

Autorizada e amplamente utilizada em partos, puerpério e analgesia pediátrica em vários países da Europa e América (Witschi 2019, Bordini 2016, Chaves 2009, Sabo 2001, DUP 1992). Este não tem sido o caso nos EUA e no Reino Unido desde a década de 1970 devido ao risco de exantemas, anafilaxia e agranulocitose (<2 por milhão), que na verdade é menor do que outros medicamentos (Bordini 2016).

Complicações graves relatadas na Alemanha, Espanha, Polônia, Suíça e América Latina têm sido muito incomuns (nenhuma em relação à amamentação), mas houve variações significativas no risco de agranulocitose: de 1 para 1.400 tratamentos na Suécia para 1 na metade um milhão na Grécia, sugerindo que o risco estaria ligado à etnia com um alelo HLA específico, sendo o mais alto entre os descendentes de populações celto-britânicas (Shah 2019, Mérida 2009).
O risco é menor na idade pediátrica e seu efeito analgésico não é maior do que o do paracetamol endovenoso (Ziesenitz 2018, de Leeuw 2017).

A Agência Europeia de Medicamentos unificou as informações Metamizol para os países europeus, limitando a dose e uso, tanto em adultos e lactentes e crianças e durante a amamentação (EMA 2019 e 2018).

Academia Americana de Pediatria: medicação geralmente compatível com a amamentação (AAP, 2001).

Até que haja mais dados publicados sobre este farmacêutico em relação ao aleitamento materno, recomenda-se um uso pontual e limitado, sendo preferíveis alternativas mais seguras (Bar-Oz 2003), especialmente durante o período neonatal e em caso de prematuridade.

FONTE: www.e-lactancia.org

Com carinho,

Dra. Kelly Marques Oliveira

Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039

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