A otite média aguda (OMA) na infância é uma infecção comum, causada por vírus ou bactérias e está entre os motivos mais comuns de encaminhamento de uma criança pequena ao otorrinolaringologista.
Aos três anos de idade até 85% das crianças terão tido pelo menos um episódio de OMA. Possui pico de incidência entre 6-12 meses, diminuindo com o crescimento e tornando-se pouco frequente por volta dos 7 anos.
Ao nascimento, o sistema imunológico do bebê é imaturo. O recém-nascido apresenta altos níveis de imunoglobulina G (IgG) materna, que vão progressivamente diminuindo e tornam-se pouco efetivos por volta dos 5-6 meses de idade. Por outro lado, a criança vai gradualmente produzindo mais IgG, IgA e IgM próprias, atingindo um platô quando a criança está maior. É interessante que estas fases coincidem com a época de início e de desaparecimento dos episódios de OMA na maioria das crianças.
Alguns fatores podem aumentar o risco para otite média aguda:
– Infecções de vias aéreas superiores (IVAS) – a otite média aguda na infância é uma frequente complicação dos quadros de gripes e resfriados, tão comuns no outono e inverno
– Frequentar creche e escola: maior risco de OMA pela maior exposição a IVAS
– Tabagismo passivo ou exposição a poluição ambiental
– Infecções de ouvido anteriores – primeiro episódio de otite nos primeiros 6 meses de vida, está associado com quadros de otites de repetição
– Anormalidades craniofaciais – por estarem associadas com disfunções tubárias, como as encontradas nas fendas palatinas e síndrome de Down
– Uso de chupeta após os seis meses de idade
– Uso mamadeira deitado
Fatores de proteção:
– Aleitamento materno: o aleitamento materno exclusivo durante os 6 primeiros meses de vida está associado a uma redução de 43% nos quadros de OMA nos primeiros 2 anos de vida
– Vacinas pneumocócicas e influenza
Suspeitamos do diagnóstico de OMA nas crianças que apresentam dor de ouvido (otalgia), irritabilidade, insônia, diminuição do apetite, febre e saída de secreção pelo ouvido (otorreia).
É necessário examinar essa criança para confirmar o diagnóstico, realizando a otoscopia (visualização do ouvido através de um equipamento chamado otoscópio).
Podemos classificar as otites médias em:
– Otite média aguda (OMA): Com início rápido de sinais e sintomas de inflamação do ouvido médio
– Otite média aguda recorrente: três episódios em período de 6 meses ou quatro episódios em período de 12 meses, com normalização total da otoscopia após os episódios de OMA
– Otite média com efusão (OME): A presença de líquido no ouvido médio sem sinais ou sintomas de infecção aguda do ouvido (OMA)
– Otite média crônica com efusão: OME persistindo por ≥3 meses a partir da data de início (se conhecido) ou da data do diagnóstico (se início desconhecido)
O tratamento inclui observação, controle da dor, com ou sem uso de antibióticos, dependendo da idade do paciente, gravidade dos sintomas e se a OMA é unilateral ou bilateral.
A maioria das crianças com OMA pode ser acompanhada pelo pediatra sem a necessidade de consulta especializada, porém crianças com episódios recorrentes, sintomas graves ou complicações da OMA podem exigir avaliação otorrinolaringológica imediata e tratamento cirúrgico.
Em casos persistentes, a cirurgia pode ser indicada: uma pequena incisão no tímpano é feita para aspirar as secreções com ou sem colocação de tubo de ventilação. Tubos de ventilação devem ser considerados em crianças com três ou mais episódios de OMA em seis meses ou quatro episódios em um ano com um episódio nos seis meses anteriores.
Dra. Paula de Paiva Kasa – Médica Otorrinolaringologista do Espaço Médico Descomplicado
Fellow em Eletroneurofisiologia da Audição pelo HCFMUSP, médica voluntária e pesquisadora no setor de Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da USP
Membro titular da Associação Brasileira de de Otorrinolaringologia – ABORL- CCF e da Fundação de Otorrinolaringologia da USP (FORL)
Mamãe do Henrique e esposa do Alexandre
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