Olá, mamãe, papai, e familiares!
No texto de hoje vou explicar melhor sobre a dieta de uma mãe que amamenta um bebê com APLV. Mas antes, acho justo ressaltar a diferença entre intolerância à lactose e alergia à proteína do leite de vaca.
Se você acha que é a mesma coisa, não tem problema. Vou te explicar tudo direitinho.
Bom, a lactose é o açúcar do leite, e é um açúcar simples. Já a lactase é a enzima intestinal que consome a lactose.
Ok, mas e a intolerância?
Indivíduos com intolerância à lactose, têm deficiência ou ausência dessa enzima lactase que comentei acima. Ela é responsável por possibilitar a “decomposição” o açúcar do leite para a sua melhor absorção. E isso vale para qualquer derivado do leite também ou onde quer que ele esteja como bolos, molhos e etc.
Os sintomas mais comuns da intolerância são náusea, dores abdominais, diarreia abundante, gases e indigestão.
Em crianças com intolerância à lactose que apresentam diarreia, é comum pediatras receitarem leite 0 lactose pois, como na diarreia há perda da lactase, é interessante que intolerantes à lactose não se alimentem de derivados de leite com lactose, a fim de evitar prolongamento da diarreia.
Dra, um bebê pode ter intolerância à lactose?!
Olha, isso é muito raro, até mesmo porque, o leite materno é rico em lactose. E se nós fossemos intolerantes à lactose enquanto bebês, nós não teríamos alcançado o marco do desenvolvimento humano, visto que não conseguiríamos nos alimentar até os 6 meses de idade, com amamentação exclusiva.
Uma criança com dois anos ou mais pode desenvolver redução das enzimas lactase, e por conta dessa intolerância à lactose, na presença de irritações intestinais, pode-se optar por uma dieta com iogurtes e coalhadas sem lactose, e leites com baixo teor de lactose ou 0 lactose.
Alergia à proteína do leite de vaca é completamente diferente!
Sem dúvidas, essa é a alergia intestinal mais comum na infância. Mesmo que a amamentação seja nutrição exclusiva para o bebê, a criança pode apresentar esse tipo de alergia e manifestar os sintomas.
Não entendeu o que tem haver uma coisa com a outra?
Bom, a proteína do leite de vaca é uma molécula grande e complexa. Caso a proteína não seja digerida pelo organismo da mãe, durante a amamentação será passado para o bebê pedaços da proteína do leite de vaca.
Se a criança apresentar alergia à proteína do leite de vaca, ela irá apresentar como sintomas: erupções de pele, refluxo, diarreia, problemas respiratórios, como rinite, tosse seca e até asma aguda com desconforto respiratório grave. Como tratamento, é recomendável que a mãe retire o consumo de leite e seus derivados de sua dieta alimentar, se houver aleitamento materno, para que seu bebê não sofra nem corra o risco de apresentar qualquer tipo de sintoma.
E, se a criança for mais velha e apresentar alergia à proteína da vaca, é necessário evitar leite de vaca, bem como todo o tipo de derivados de leite de vaca. Inclusive, se a alergia à proteína do leite de vaca for muito forte, é provável que a criança também seja alérgica ao leite de cabra. Mas, de acordo com os estudos clínicos, a alergia ao leite de vaca tende a desaparecer com o passar do tempo.
Ainda assim, é importante lembrar que a oferta dos outros tipos de proteína também devem ser supervisionadas pelo médico pediatra.
Diante de toda essa explicação, a dieta de uma mãe que amamenta um bebê com APLV deve ser totalmente restrita ao leite de vaca e seus derivados, bem como, leite, queijo, bolos, chocolates, tortas, iogurte, manteiga, requeijão, purê de batata tradicional, entre outros.
E aí, mamãe e papai, o seu bebê é um bebê APLV? Se sim, nos conte um pouquinho de como foi o seu processo de descoberta do diagnóstico!
Não deixe de compartilhar o conteúdo, e até mais!
Um beijo, Dra. Kelly Marques Oliveira
Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039 RQE 47171 | 88906
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