Dicas práticas para a introdução alimentar e o que (não) fazer

Existem tantas coisas que podemos usar  na introdução alimentar, mas na verdade somente poucas importam. Algumas coisas são realmente importantes e essas que vamos falar hoje! Por exemplo, o preparo do ambiente das refeições, evitando distrações, qual cadeirão escolher, qual prato oferecer e o tipo de colher, se for usar. Existem abordagens diferentes na introdução alimentar, como a alimentação tradicional, o baby-led-weaning e a introdução alimentar participativa, mas algumas coisas são semelhantes em todas elas. Alguns detalhes que podem fazer toda a diferença no final, e facilitar (e muito) a vida de toda a família!

Esse post foi escrito pensando nisso e aproveitem as dicas imprescindíveis que a fonoaudióloga Carla Deliberato, especialista em dificuldades alimentares, do Espaço Descomplicado, trouxe para a gente nesse post! Vale a pena ler até o final!

Veja como podemos facilitar esta nova fase de aprendizagem alimentar do bebê.

Cadeira de Alimentação

1) Escolha uma cadeira de alimentação confortável, com apoio para os pés do bebê. É muito importante que o bebê apoie os pés durante as refeições, porque isso o auxilia e se manter organizado.

2) Por volta dos 5 meses, antes mesmo dele ter iniciado a introdução alimentar, deixe o bebê brincando no cadeirão, para ir se acostumando a esse novo acessório. Se você proporcionar esses momentos antes do início da introdução alimentar, a cadeira de alimentação não será nada tão novo e desafiador para o seu bebê, facilitando muito a introdução alimentar.

Ambiente

1) Possibilite que o bebê esteja inserido dentro das refeições em família. Mesmo que o bebê ainda não tenha iniciado a alimentação complementar, aos 5 meses, comece a inseri-lo nas refeições de sua família. Deixe ele observar as pessoas num almoço ou num jantar, manipulando os alimentos e comendo. Desperte a curiosidade dele.

2) Garanta que o local de refeição esteja tranquilo e calmo e não associe o ato de comer com brinquedos ou com estímulos visuais (televisão e tablets). Caso contrário, o bebê vai se distrair e começará a associar que para comer depende desses estímulos. A criança está aprendendo a comer e a se relacionar com os alimentos e a atenção dela deve estar voltada aos alimentos e a todos os utensílios que fazem parte de uma refeição, tais como: colher, prato, copo, babador, etc.

3) Ofereça as refeições em local adequado, como na cadeira de alimentação. Não estimule seu filho a comer sentado no sofá, no quarto ou em outros locais inapropriados pois ele associará o ato de comer a esses locais.

Pratos

1) Deixe o prato a frente do bebê, e não longe dele. O bebê precisa visualizar e interagir com a alimento. Lembre-se: o mais importante é o bebe interagir com o alimento, se o prato for atrapalhar esse momento, coloque o alimento direto na mesa.

2) Como o bebê mexerá no prato, para que ele não fique caindo da mesa de alimentação, você pode utilizar pratos que se prendam na mesa, como por exemplo os pratos com ventosas. Prefira os pratos de plástico para evitar que se quebrem e que machuquem o bebê.

Colheres

1) Escolha uma colher que não seja tão grande nem tão côncava (funda) no início da introdução alimentar, visando facilitar a captação do alimento pelo bebê.

2) Não introduza a colher na boca do bebê se ele não estiver abrindo a boca. A colher é um utensílio muito invasivo e não pode ser introduzida à força na boca dos bebês.

3) Se o bebê não se interessar em receber os alimentos com a colher e preferir utilizar as mãos, não há problema algum. Nunca o repreenda por querer colocar as mãos e interagir com o alimento. Permita sempre que o bebê manipule, cheire e lamba os alimentos. O bebê necessita desta exploração sensorial para apresentar um bom desenvolvimento alimentar.

Babadores

1) Se a criança não aceitar babador, não insista e não a repreenda se ela se sujar. Lembre-se que a criança precisa da experiência sensorial com os alimentos para se relacionar bem e aceitá-los posteriormente. Uma criança que não quer tocar ou mexer num alimento muito provavelmente o rejeitará se alguém tentar colocá-lo em sua boca. 

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Exemplo de babador “vestível” impermeável, com cata migalhas, da Aurora Senhora 

Preparo, oferta e aceitação do alimento

1) Evite fazer sopinhas com vários alimentos juntos, porque os sabores se misturam e o bebê não aprende o que está comendo. Tente ofertar cada alimento separadamente. Caso contrário, ele não aprenderá a diferenciar os vários sabores, cheiros e texturas.

2) Quando o seu bebê for ter o primeiro contato com algum alimento, inicialmente não leve esse alimento a boca dele. Antes, explore-o com o bebê, aproximando-o gradativamente da boca. Com as mãos, manipule, brinque, cheire, beije, lamba e, finalmente, coma o alimento. Permita que o bebê também participe dessa exploração antes de colocar o alimento dentro da boca dele.

3) Observe os sinais que o seu bebê lhe dará. Se ele estiver comendo bem e começar a virar o rosto, cerrar os lábios, choramingar, dar tapas na colher, talvez ele não esteja querendo mais o alimento ofertado.  Respeite o bebê mesmo que a quantidade aceita tenha sido pouca e nunca o force ou o obrigue a comer mais.

4) Evite ofertar alimentos industrializados, prefira sempre os alimentos frescos.

5) Respeite o volume de alimento que o seu bebê aceitou. Nunca tente forçar umas colheradas a mais, porque ele se sentirá pressionado e pode começar a associar as refeições com momentos de desprazer. Devemos promover exatamente o contrário, pois queremos que eles aprendam que as refeições fazem parte de momentos tranquilos, lúdicos e prazerosos.

6) Tenha em mente que para o bebê se alimentar bem a refeição deve ser divertida, lúdica e alegre, pois somente com estas experiências positivas o bebê desenvolverá uma boa e saudável relação com o alimento. Se você iniciar a introdução alimentar complementar respeitando as considerações mencionadas acima, mas ainda assim observar que o bebê se mostra muito resistente a comer, ou até mesmo esteja apresentando outro comportamento que a preocupa, o mais indicado é procurar ajuda e orientação especializada o quanto antes, com o pediatra e com o fonoaudiólogo especialista em dificuldades alimentares.

por Carla Deliberato – CRFa 2.13919

www.fonocarladeliberato.com

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Um beijo, Dra. Kelly Marques Oliveira
Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039 RQE 47171 | 88906

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