Hiperlactação: quando o “excesso de leite” também é um problema

Sabia que ter leite demais também pode trazer muitas dificuldades na amamentação?

Estamos tão acostumados a ouvir sobre a baixa produção de leite que até estranhamos quando escutamos que o excesso da produção de leite também têm suas dificuldades, não é mesmo? 

O que é hiperlactação?

A produção excessiva de leite é uma condição relacionada a um reflexo exacerbado de ejeção de leite. Esse processo é a hiperlactação, que é baseado no grande volume de leite dentro dos ductos lactíferos aumentando sua pressão, e fazendo com que a saída de leite seja forte e rápida demais. Isso pode causar desconforto em quem amamenta e também nos bebês.

Quais são os sintomas de hiperlactação?

Alguns sintomas comuns para quem tem produção excessiva são as mamas constantemente pesadas ou ingurgitadas, dores ou formigamentos no momento da mamada e vazamentos constantes. Para os bebês, a dificuldade está relacionada com a forma de lidar com jatos fortes de saída de leite. Por isso, alguns arqueiam as costas durante as mamadas, tossem, fazem estalidos com a língua ou  até tem uma experiência de desconforto ao mamar, o que pode resultar inclusive em mamadas mais curtas ou desmame precoce. 

Você como profissional da saúde, seja médica, fisioterapeuta, fonoaudióloga, nutricionista, consultora de amamentação, doula, sabe a importância da amamentação, e isso implica consequentemente em maiores riscos dos bebês desenvolverem futuramente doenças que estão associadas com pouco aleitamento materno e desmame precoce, como alergias, risco de obesidade, ansiedade, dificuldade para deglutição, entre outros. Por isso temos o dever de melhorar 

Quais medidas podem ser feitas? 

Algumas medidas posturais simples já podem trazer melhorias para essas situações, como colocar o bebê numa posição mais verticalizada, nas posições de cavalinho e sentada, e também usar as posições ditas “ventrais”, também conhecida como “laid back breastfeeding“. Nessa posição o bebê fica por cima da mãe e não o contrário, fazendo com que o jato de leite perca um pouco de força ao sair, por estar contra a gravidade. É possível também fazer uso de ervas e até medicações para a diminuição da produção de leite. Entretanto, é muito importante que esta prática seja sugerida após avaliação cautelosa de uma profissional que atue no manejo da amamentação. Isso porque é preciso saber avaliar a queixa da paciente e fazer o diagnóstico correto, porque é possível haver reflexo exacerbado de ejeção do leite, por exemplo, e não necessariamente uma produção excessiva de leite.

Na maior parte dos casos, a produção de leite tende a equilibrar-se com as necessidades do bebê durante as primeiras semanas de amamentação. Portanto, medidas simples para diminuir os desconfortos e melhorar a qualidade das mamadas, podem ser super eficazes para que a situação progrida rapidamente e sem grandes complicações. 

Você já atendeu algum caso de hiperlactação? Consegue agora pensar em como colocar em prática o que você aprendeu aqui? Deu para perceber que saber manejo em amamentação é bem diferente de apenas saber a importância da amamentação e seus benefícios não é? 

Espero ter contribuído para que você consiga auxiliar mais duplas mães e bebês a amamentarem.

Um beijo, Dra. Kelly Marques Oliveira
Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC)
CRM 145039 RQE 47171 | 88906

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