“Não tenho leite suficiente!” “Meu bebê não parece que está satisfeito após a mamada, o que pode ser?” 👀
Quantas vezes recebo mães em meu consultório se queixando de baixa produção de leite, ou que “não tem leite” suficiente para o bebê mamar. Isso realmente pode acontecer?
Sim! Pode haver uma baixa produção de leite secundário a inúmeros fatores e hoje vamos entender quais são os principais. Vem comigo!
Quando a mãe apresenta baixa produção de leite ou apresenta a falta dela, damos o nome de Hipogalactia. Essa condição pode ser causada por muitas situações, mas a mais comum delas é a dificuldade da pega, ou pega incorreta do peito, o que prejudica a extração de leite na mamada.
A pega correta serve como um estímulo natural indicando ao corpo que o leite está sendo consumido, então é preciso produzir mais. Se o leite não é extraído corretamente, esse estímulo não acontece.
Mas essa, de longe, não é a única causa! Existem vários outros fatores responsáveis pela baixa produção de leite, veja abaixo!
Outras causas da Hipogalactia são:
– Ansiedade, desconforto e dor: Muitas mães enfrentam dor para amamentar, privação de sono, cobranças, falta de apoio, entre outros. Todos esses fatores juntos acabam por inibir a produção de ocitocina, hormônio responsável pela ejeção do leite, prejudicando a amamentação. Além disso, o próprio estresse pode levar à diminuição da produção de leite, afinal quando a mente não está bem, o corpo também não fica bem! Por isso sempre ressalto a importância de uma rede de apoio presente para auxiliar a mãe a descansar.
– Privação de sono: Você sabia que o pico de prolactina (hormônio que estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias) ocorre na madrugada, período essencial para aumentar a produção de leite e renovar as energias? Portanto, dormir mal também pode influenciar a produção de leite materno. Sei bem que os primeiros meses são difíceis, cheio de irregularidades no sono do bebê, mas durma enquanto seu bebê dorme, descanse quando ele estiver descansando! Faça o possível para descansar sempre que possível.
– Hipoplasia mamária (Baixo desenvolvimento da mama): O desenvolvimento mamário da lactância começa na puberdade e só termina quando a mulher se torna lactante. Qualquer doença que produza escasso desenvolvimento do tecido mamário pode influenciar na produção de leite.
– Cirurgia de redução de mama: Algumas vezes, a técnica usada pelo cirurgião pode prejudicar a saída de leite do peito. Isso pode acontecer pois o procedimento pode eliminar parte do tecido mamário, juntamente com gordura, e alguns dutos podem ser afetados, consequentemente prejudicando a produção do leite. A técnica da relactação, que estimula a produção de leite, pode ser útil, uma vez que o bebê não tem contato com mamadeiras e recebe o complemento diretamente pela sucção da mama!
– Problemas na tireoide: A tireoide é responsável pela produção do hormônio T3, que influencia na ação da prolactina (sua principal função é estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias). Portanto distúrbios da tireoide podem bagunçar a produção hormonal e influenciar diretamente em problemas na produção de leite materno, prejudicando a amamentação.
– Má alimentação: Para uma boa produção de leite, a alimentação é fundamental! Muitas mães, principalmente no período pós-parto, simplesmente “esquecem” de comer, ou acabam sem tempo para comer. Mas é muito, muito importante que você tente driblar essas dificuldades e cuide da alimentação! Caso você tenha apoio, alguém que cuide do bebê enquanto você come, foque em fazer pratos ricos em alimentos saudáveis e coloridos.
E nada de fazer dieta! A mãe que amamenta tem maiores necessidades energéticas, então não se pode fazer dietas “low carb”. O recomendado é que a mãe não consuma menos do que 2000 calorias por dia. Deve ser rica ainda em micro e macronutrientes, com gorduras boas como ômega 3, numa boa proporção de DHA e EPA, ácidos graxos extremamente importantes para a formação cerebral do bebê, além de fibras e vitaminas como ferro, vitamina D, folato e vitamina B12, muitas vezes sendo necessária a suplementação.
Caso não tenha ajuda, tente separar as refeições com antecedência, faça um estoque de comida se possível para que seja possível fazer refeições leves, saudáveis e rápidas.
– Baixa ingesta hídrica: E não se esqueça de beber água! O leite materno é composto de aproximadamente 86% de água, portanto sempre que o bebê mama, uma certa quantidade de água do organismo é usada! Para repor a quantidade de água perdida, uma mãe em período de amamentação deve beber cerca de 2,7L de água diariamente, além da água obtida através dos alimentos, mas essa quantidade varia muito de pessoa para pessoa e precisa considerar as individualidades de cada pessoa. Resumindo: a baixa ingestão hídrica pode sim afetar a produção de leite! Mantenha-se sempre hidratada, mãe.
– Síndrome do ovário policístico: Em alguns casos, a SOP pode influenciar na produção dos hormônios necessários para a produção de leite materno, desequilibrando-os e prejudicando a amamentação.
Por isso, se você está considerando que tem uma baixa produção de leite, procure um especialista em Amamentação, uma Consultora de Amamentação IBCLC para te ajudar!🤱🏻
Você não está sozinha! Vamos juntas entender o que pode estar acontecendo!
Qual a sua história? Conta aqui para mim? 👇🏼
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Dra Kelly Marques Oliveira
CRM 145039
Consultório particular em São Paulo: (11) 5579-9090
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