Estudo recente relaciona o uso da fórmula hospitalar em neonatos com menor duração da amamentação!

Estudo recente relaciona o uso da fórmula hospitalar em neonatos com menor duração da amamentação!

Desde 1979, a Organização Mundial de Saúde (OMS), endossada pelo Ministério da Saúde do Brasil, recomenda que o aleitamento materno seja feito até os 2 anos de idade ou mais, período em que costuma ocorrer o desmame natural da criança. Porém, sabe-se que diversos fatores podem influenciar no desmame precoce ou ainda diminuir a duração da amamentação que, em outras condições, seguiria até a idade recomendada.

De acordo com o estudo “In-Hospital Formula Feeding and Breastfeeding Duration”, feito pela Academia Americana de Pediatria, a fórmula infantil dada como complemento para bebês na maternidade tem relação com um período mais curto de amamentação. Isso acontece, de acordo com o estudo, porque em muitos destes casos não existe a necessidade de introdução da fórmula oferecida no período de estadia pós-parto.

O estudo analisou mais de 5 mil bebês de uma maternidade. O estudo concluiu que bebês que consumiram fórmula infantil hospitalar apresentam RISCO de 2,5 a 6 vezes MAIOR de DESMAME PRECOCE do que os lactentes com amamentação exclusiva. Neste estudo, foram analisados bebês com amamentação exclusiva e amamentação complementada com fórmula, participantes do Programa Especial de Nutrição Suplementar para mulheres, bebês e crianças. Após análises, foi concluído que bebês que consumiram fórmula infantil hospitalar apresentam riscos de 2,5 a 6 vezes maiores de desmame precoce do que os lactentes com amamentação exclusiva.

Por que a fórmula hospitalar é usada nas maternidades?

A suplementação oferecida nas maternidades é influenciada por diversos fatores, entre eles características físicas e culturais das mães, políticas hospitalares, treinamento da equipe, disponibilidade de fórmula gratuita, momento do parto e, principalmente, perda de peso do bebê. Porém, determinadas quantias de perda de peso do bebê é considerada fisiologicamente normal e não necessariamente representa necessidade de suplementação, e sim de que o bebê precisa ser avaliado e examinado.

Para comprovar isso, Dr Flaherman (pediatra) e outros pesquisadores estabeleceram nomogramas (gráficos com várias variáveis) para perda de peso de bebês e foi concluído que entre bebês saudáveis nascidos por parto normal, cerca de 4,9% perderam 10% do peso ao nascer após 48 horas de seu nascimento sem que isso representasse qualquer problema de saúde ou anormalidade.

Sabendo disso, é possível dizer que muitos hospitais iniciam o uso de fórmulas alimentícias quando a perda de peso de uma criança excede uma porcentagem “predefinida”, geralmente de 7% a 10% do peso ao nascer, mas isso, de acordo com os nomogramas de Flaherman, não indica um marcador automático para suplementação.

Outras razões para o uso da fórmula hospitalar incluem hipoglicemia e hiperbilirrubinemia (acúmulo de bilirrubina no sangue) no recém-nascido. Essas condições podem ser evitadas ou tratadas através do manejo adequado da lactação e da disponibilidade de leite humano (de doações, por exemplo), e não necessariamente fazendo o uso de fórmula.

Apenas algumas circunstâncias raras que requerem o uso da fórmula hospitalar, entre elas erros inatos do metabolismo em no neonato ou terapia materna que influenciam a lactação (como quimioterapia, por exemplo).

ACESSE O ESTUDO NA ÍNTEGRA POR AQUI:  In-Hospital Formula Feeding and Breastfeeding Duration

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Dra Kelly Marques Oliveira

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