Alergia alimentar (AA) é um tema que aparece bastante aqui na página, não é mesmo? Mas sempre existe algo mais a ser falado ou esclarecido, afinal é um problema sério que gera muitas preocupações e dúvidas nos pais. Os pequenos não têm noção da gravidade do problema, então todo cuidado é pouco quando falamos da ALERGIA ALIMENTAR.
No post de hoje, vamos falar especificamente sobre a alergia alimentar não IgE mediada. Sabe do que se trata?
As reações de hipersensibilidade aos alimentos são classificadas de acordo com a parte do sistema imunológico que a gera. As reações não-mediadas por igE, ou tardias, surgem horas, dias ou semanas após a introdução do alimento, e costumam não estar ligadas somente a um tipo de alimento, e sim vários. Entre os principais alérgenos, estão: ovo, leite, soja, trigo, frutos do mar, nozes e amendoim.
A alergia alimentar por mecanismo não mediado por igE costuma ser mais incidente na primeira infância, principalmente no primeiro ano de vida da criança, o que torna ainda mais difícil a identificação de sintomas.
Suas principais manifestações são causadas por reações citotóxicas (células sofrem fagocitose), reações por imunocomplexos (complexos antígeno-anticorpo) e reações mediadas por células que causam diversos outros problemas e condições induzidos pela proteína alimentar no indivíduo, acometendo principalmente o trato gastrintestinal, o que pode resultar até mesmo em perda de peso e prejuízo no ganho de estatura.
Algumas dessas condições são:
CUTÂNEAS:
– Dermatite herpetiforme: erupção cutânea crônica, autoimune e altamente associada a doença celíaca (autoimune crônica do intestino delgado causada por reação ao glúten);
– Proctocolite: Manifestação clínica de uma alergia alimentar nos primeiros meses de vida do bebê;
GASTROINTESTINAIS:
– Enterocolite: Inflamação no trato digestivo envolvendo o intestino e o colite do cólon;
– Doença do refluxo gastresofágico;
RESPIRATÓRIAS:
– Hemossiderose (sd. Heiner): Possui manifestações clínicas variadas, como anemia, prostração, vômito e infiltrados de hemorragia pulmonar.
Esse tipo de alergia alimentar é o de mais difícil diagnostico e identificação, seja pelos sintomas ou devido ao fato de que grande parte dos testes laboratoriais são de pouco auxílio diagnóstico. Em grande parte dos casos, cabe ao médico sugerir ou não a realização do teste de provocação, o único método fidedigno capaz de estabelecer um diagnóstico de alergia alimentar. Claro, em consenso com a família!
Além disso, as dietas de exclusão ou restrição com reintrodução lenta e gradual dos alimentos também é um dos métodos usados para identificar os antígenos responsáveis pela manifestação alérgica após suspeita da Alergia alimentar. Caso não existam evidências nos exames de anticorpos igE específicos, nem histórico de reações imediatas após a ingestão de certos alimentos, essa reintrodução pode ser feita na própria casa da criança seguindo as recomendações pediátricas necessárias.
Após identificado esse tipo de alergia alimentar, existe uma cura?
Até o momento no existe cura, e sim um tratamento para controle dos sintomas e de possíveis manifestações alérgicas. A principal forma de tratamento é eliminar completamente o alimento envolvido na alergia da rotina da criança ou optar pela técnica de dessensibilização alimentar, em que o organismo é exposto periodicamente e com acompanhamento médico ao alimento causador das reações até criar resistência total a ele.
As fórmulas e “dietas” à base de proteína extensamente hidrolisada (hidrolisados proteicos) também são recomendadas por diversas sociedades científicas internacionais em casos de alergia alimentar não igE mediada e apresentam eficácia em cerca de 80% dos casos.
Ainda tem alguma dúvida que não foi respondida no post? Deixe nos comentários!
FONTE
- http://rmmg.org/artigo/detalhes/1342
- https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/pdfs/alergia_alimentar.pdf
- http://asbai.org.br/alergia-alimentar-perguntas-e-respostas/
- http://www.scielo.br/pdf/eins/v16n4/pt_2317-6385-eins-16-04-eRC4505.pdf
- http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-02-149/port.pdf
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Dra Kelly Marques Oliveira
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