Como saber se meu filho tem pneumonia?

Como saber se meu filho está com pneumonia? Essa é uma das perguntas que mais escuto nas consultas, principalmente quando o inverno está chegando. Mas, você sabe quais são os sinais dessa doença que pode ser muito perigosa para os pequenos?

Ninguém gosta de ver a criança doentinha, não é verdade? E a pneumonia pode trazer graves consequências para os pequenos, principalmente por se tratar de uma doença respiratória. De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano, em países em desenvolvimento, como o Brasil, cerca de 15 milhões de crianças são hospitalizadas por conta da pneumonia e o número de mortes passa de 1,2 milhão em todo o mundo.

O que é pneumonia?

É uma infecção no pulmão, órgão responsável por oxigenar o sangue e eliminar o gás carbônico do corpo. Na maior parte dos casos, essa doença é provocada por bactérias ou vírus, mas os fungos também podem ser agentes causadores.

Quais são os sintomas que essa doença pode causar na criança?

Crianças com esses sinais devem ser levadas para atendimento médico imediato para tratamento adequado.

A preocupação de muitas mamães começa quando a criança pega uma gripe forte, pois elas ficam mais vulneráveis a ficar com pneumonia, já que seu organismo fica com menor capacidade de defesa e as bactérias se aproveitam da situação para se instalarem, causando uma pneumonia bacteriana.

Quando há infecção na garganta, seios da face ou no ouvido, o pequeno pode inspirar as secreções infectadas com pus e bactérias, que vão parar no pulmão. Se essas secreções contaminarem os alvéolos pulmonares, vira pneumonia.

Além desse tipo de pneumonia, as algumas crianças podem desenvolver a infecção assim que são atacadas por uma série de vírus, ou seja, pneumonia viral.

Crianças com menos de 4 meses, além de pneumonia viral, podem apresentar pneumonia afebril do lactente, que acontece geralmente entre duas semanas e 4 meses de idade, causada por Chlamydia trachomatis, mas outros agentes como o citomegalovírus (CMV), Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum, também estão implicados.

Já nos menores de 5 anos, os vírus são os principais agentes etiológicos das pneumonias. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o mais envolvido, é uma pneumonia extensão da bronquiolite, que pode ser causada pelas bactérias Streptococcus pneumoniae e Staphylococcus aureus.

Nas crianças maiores de 5 anos, os agentes mais envolvidos são: Streptococcus pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae (antiga Chlamydia pneumoniae).

Quais os fatores de risco para o desenvolvimento da pneumonia em crianças?

  • Baixo peso ao nascimento e prematuridade
  • Desnutrição
  • Falta de aleitamento materno (nos seis primeiros meses de vida)
  • Deficiência de vitamina A
  • Poluição ambiental
  • Exposição à fumaça de cigarro
  • Falta de imunização adequada contra a pneumonia e principais agentes de pneumonias (sarampo, varicela, coqueluche, gripe, Haemophilus influenzae tipo b, pneumococo)

 

E como diferenciar uma gripe forte de pneumonia?

Fique atento aos sintomas: na pneumonia, a febre é mais persistente e costuma durar mais tempo, o cansaço é maior e as tosses podem acompanhadas de dor. Na pneumonia a criança geralmente fica bem mais prostrada e a respiração ofegante e acelerada, mesmo na ausência de febre.

Se a gripe for causada pelo vírus influenza, as chances da doença atingir o pulmão são ainda maiores, pois ele é mais agressivo e o quadro clínico é semelhante ao de pneumonia bacteriana.

 

Quais complicações essa doença pode trazer para os pequenos?

Mesmo que as pneumonias sejam tratadas adequadamente, elas podem ter sérias complicações, como por exemplo, o derrame pleural: quando um líquido infectado sai do pulmão e vai direto para a pleura, membrana que envolve o pulmão, mas que precisa ser drenado o mais rápido possível, pois a infecção tem grandes chances de se espalhar pelo corpo e evoluir para uma sepse (infecção generalizada), que pode levar o pequeno à morte.

Além disso, outras complicações possíveis são: formação de abscesso (presença de coleções de pus no pulmão) e bronquiectasias (presença de inflamação crônica com “cicatrizes” nos brônquios, com fibrose).

Qual o tratamento mais adequado? 

A maioria dos casos de pneumonia bacteriana são tratadas com antibióticos, já na viral, depende do tipo de vírus, por isso, um especialista precisa analisar cada situação. Mas, nos dois casos, para aliviar os sintomas, são feitas medicações para baixar a febre e inalações para fluidificar as secreções.

Além disso, é importante realizar a higiene nasal com solução salina (soro fisiológico), manter repouso, ingerir bastante líquido e ter uma alimentação equilibrada.

É possível prevenir a pneumonia infantil?

Sim! E a vacinação é uma das principais medidas de prevenção ! A vacina pneumocócica está entre as medidas básicas de prevenção, já que ela imuniza contra as bactérias do tipo pneumococo, e faz parte do calendário gratuito de vacinação da criança.

No calendário do SUS, a vacina pneumococo protege contra 10 sorotipos enquanto no particular são 13 sorotipos. O esquema vacinal é uma dose aos 2, 4 e 6 meses, ( no posto há uma dose a menos, não tendo a dose dos 6 meses), um reforço com um ano, e depois a cada cinco ou seis anos.

Além dessa vacina, existe ainda a vacina contra Haemophilus influenzae que é aplicada na vacina pentavalente ou hexavalente, aos 2, 4 e 6 meses de vida, com reforço aos 15 meses e aos 5 anos.

A partir dos seis meses de vida, a criança também pode tomar a vacina de gripe, que deve ser aplicada em duas doses, na primeira vez, e, depois, anualmente no outono.

Então lembre-se : mantenha sempre as vacinas em dia!

Outras formas de prevenir as crianças contra a pneumonia infantil, são:

  • Manter o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade e continuar até os 2 anos de idade ou mais.
  • Manter as crianças longe do cigarro, principalmente as alérgicas
  • Deixar a casa bem ventilada, mesmo no inverno
  • Lavar as mãos com frequência para evitar a contaminação com vírus e bactérias
  • Manter uma alimentação saudável
  • Não compartilhar mamadeiras, copos e utensílios de cozinha
  • Beber água potável.

Lembre-se que a pneumonia infantil pode ser muito perigosa para o pequeno, por isso, qualquer sintoma que a criança apresentar é importante leva-la até um especialista. Tenha um pediatra de confiança para tirar dúvidas e fazer uma boa prevenção.

Um bjo

Dra. Kelly Marques Oliveira

Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039

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Referências:

https://www.portalped.com.br/especialidades-da-pediatria/infectologia/etiologia-das-pneumonias-comunitarias-da-infancia/

http://www.blog.saude.gov.br/index.php/52104-saiba-como-reconhecer-alguns-sintomas-comuns-da-pneumonia-em-criancas

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