As Vacinas Sairam de Moda?!

A verdade é que, se às vacinas fossem um adereço, poderíamos dizer, sem sombra de dúvidas, que saíram de moda. Isso explicaria a queda da cobertura vacinal no país.

Entretanto, vacina não é adereço, por isso não sai de moda, muito menos as doenças que podem ser evitadas com a devida vacinação. Dessa forma, o que explica essa queda da cobertura vacinal? Alguns fatores podem ter colaborado para queda significativa, por exemplo, o fato de as doenças serem consideradas erradicadas. A ausência de casos leva a população a um demasiado estado de tranquilidade e relaxamento diante da doença, abrindo mão da prevenção por achar que a doença está extinta (grande engano!).

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Um outro fator, seria a priorização de algumas vacinas em detrimento a outras.

De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente, o calendário de vacinação em crianças menores de 1 ano prevê a cobertura de doenças como: Tuberculose, hepatite B, difteria, tétano, coqueluche, meningite e infecções por HiB, poliomielite, pneumonia, otite, diarreia por rotavírus e hepatite A.
Entre as vacinas presentes no calendário, somente a BCG teve índices satisfatórios, por outro lado a Tetra Viral, que previne : Sarampo, caxumba, rubéola e varicela apresentou o menor índice de cobertura (o que é assustador, pois cada vez mais vemos casos das doenças em diversas regiões do país, sem que nossas crianças estejam prevenidas!).

O calendário vacinal, pode ser considerado vasto por alguns pais, que acabam procurando a imunização somente para aqueles quadros que são mais falados ou que “circulam” em maior proporção. Por consequência da queda, há retorno das doenças consideradas erradicadas.

Um exemplo seria a poliomielite. Nosso país não registra casos da doença desde 1989, entretanto, a vacina contra poliomielite alcançou apenas 77% da cobertura no ano de 2017. Em 2015 a mesma cobertura contra a doença costumava ser de no mínimo 95%! Não por acaso, no dia 9 de julho a OMS (Organização Mundial da Saúde) reportou um caso de poliomielite em uma criança indígena de dois anos no leste da Venezuela, após 29 anos de erradicação da doença na região. Dessa forma, é possível perceber o elo latente entre : Ausência de vacina e retorno da doença.

Não podemos negligenciar!

É preciso ter em mente que estamos falando de doenças que levam a sequelas sérias : surdez, cegueira, sequelas motoras e de aprendizado. Por isso, não podemos negligenciar, nossos filhos representam essa geração. Se a nossa geração foi beneficiada pelo sucesso das campanhas passadas, porque negar isso a eles?
Além disso, é necessário ter atenção! Notícias falsas sobre supostos efeitos adversos da vacina, quase sempre, são propagadas, seja por boatos ou por fontes tendenciosas. Caso tenha dúvidas sobre o assunto, busque orientação profissional! Às vezes, o que falta é uma boa conversa informativa com os especialistas da área.

A prevenção é assunto sério. Não deixe para depois! A vacinação é a melhor forma de proteger nossa família contra as sérias consequências de doenças que não foram “erradicas” por acaso! Como foi dito no início, vacina não sai de moda. Por isso nada melhor do que estar em dia com o calendário vacinal!

Um Bjo😘
Dra Kelly Marques Oliveira
Pediatria, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação

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Fontes:

  1. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/com-menor-indice-em-16-anos-vacinas-que-deveriam-ser-aplicadas-em-criancas-ficaram-fora-da-meta-em-2017.ghtml
  2. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2018/07/26/paciente-que-vive-ha-mais-de-40-anos-em-hospital-com-polio-alerta-vacinem-seus-filhos.ghtml
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