Quais são os eventos adversos da vacina da febre amarela?

Sei que já escrevi bastante sobre febre amarela aqui no blog, mas parece que sempre ficam algumas dúvidas básicas, ainda mais porque as informações são veiculadas em muitos canais de comunicação diferentes, sendo que em alguns casos elas inclusive são conflitantes.

Então hoje vou falar sobre algumas dúvidas básicas sobre a vacina

A febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade variável, cujo agente etiológico é um arbovírus. Tem início súbito, com sintomas gerais como febre, calafrios, dor de cabeça, dor lombar, dores musculares generalizadas, prostração, náuseas e vômitos. A forma grave caracteriza-se por apresentar insuficiência hepática e renal. Em muitos casos, evolui para óbito em aproximadamente uma semana .

Leia mais sobre sintomas da Febre Amarela.

O período sazonal de transmissão de febre amarela silvestre  no Brasil ocorre entre os meses de dezembro a maio. A presença de macacos mortos e/ou doentes é um indicativo de que o vírus da febre amarela pode estar presente no local onde foram encontrados aqueles animais. O macaco não transmite a doença!

A vacinação é a medida de proteção mais eficaz contra a doença! 

Os pacientes com alergia alimentar ao ovo, os pacientes com imunodeficiências primárias ou secundárias e os idosos constituem populações especiais que devem ser analisadas de maneira individual no momento de indicar ou contraindicar a vacina contra febre amarela.

É de extrema importância o esclarecimento, para que toda a população esteja devidamente protegida, pois a febre amarela é uma doença de alta letalidade e a decisão de não vacinar um paciente, principalmente em áreas endêmicas e epidêmicas, pode trazer prejuízos enormes à sua saúde1.

Saiba mais sobre indicação para tomar vacina contra febre amarela.

VACINA CONTRA FEBRE AMARELA

A vacinação é importante na eliminação da febre amarela urbana do país, pois é a forma de proteção mais eficaz contra a doença. Recomenda-se também a proteção de cada indivíduo pelo uso de repelentes e telas antimosquitos.

Quais são as vacinas disponíveis? 

No Brasil há dois tipos de vacinas disponíveis, a produzida pela Biomanguinhos-Fiocruz, utilizada pela rede pública, e a produzida pela Sanofi Pasteur, utilizada na rede privada. Ambas compostas de vírus vivo atenuado, cepa 17D-204, que apresenta imunogenicidade superior a 95%. As vacinas são cultivadas em ovo de galinha, e podem conter em sua formulação sacarose, glutamato, sorbitol, gelatina bovina, eritromicina, canamicina, cloridrato de L-histidina, L-alanina, cloreto de sódio e água para injeção.

Quem deve vacinar? 

Todos os indivíduos saudáveis entra 9 meses e 59 anos de vida, moradores de região com a recomendação da vacina ou que irão se deslocar para região de indicação de vacina. No Brasil, os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro foram incluídos nos Estados com recomendação da vacina.

Quem NÃO deve vacinar? 

Indivíduos com algum comprometimento imunológico, reação tipo anafilaxia ao ovo. Gestantes e lactantes com bebês menores de 6 meses devem seguir as recomendações de acordo com a orientação do médico e a depender da área de risco.

EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAIS

Sei que muitas vezes ocorre a disseminação do “terrorismo vacinal”de forma infundada pelas mídias sociais, então vamos entender o que é de fato a reação vacinal e quando procurar orientação após alguma reação à vacina.

Reações mais comuns: dor no local de aplicação (ocorre mais em adultos), de curta duração,  autolimitada e de intensidade leve ou moderada.

Manifestações sistêmicas: febre, cefaleia e mialgia.

Eventos adversos graves: muito raros. Incluem reações de hipersensibilidade (anafilaxia e manifestações alérgicas), doença neurológica aguda (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico) e doença viscerotrópica aguda (infecção multissistêmica generalizada, semelhante às formas graves da doença).

Doença viscerotrópica aguda é caracterizada por quadro semelhante à febre amarela selvagem, com febre, astenia, mialgias, icterícia, oligúria, instabilidade cardiovascular, insuficiência renal, insuficiência respiratória, hemorragias e necrose hepática.

Outros eventos relatados são síndrome de Guillain-Barré, paralisia de Bell, mononeurite e doença autoimune com envolvimento de sistema nervoso central ou periférico.

E reação grave, qual a chance de ocorrer? 

Raríssimo! Segundo os dados do período entre 2007 e 2012, é de 0,42 casos por 100.000 doses administradas

Atenção às contra-indicações, que devem ser observadas com muito cuidado!

Algumas dúvidas comuns

  1. Crianças que receberam a vacina tríplice viral ou tetravalente devem esperar 30 dias para realizar a vacina.
  2. Caso a criança tenha recebido a vacina aos 6 meses, deverá revacinar aos 9 meses.
  3. Dose única é o suficiente para a vida! Recomendação da OMS e do Ministério da Saúde desde 2017.
  4. A dose é subcutânea, sendo 0,5ml a dose total.
  5. Deve-se adiar a vacina caso haja febre nas últimas 24h

Espero que tenham aprendido bastante! Compartilhe para que outras pessoas também possam ter essa informação 😉

Um bjo

Dra. Kelly Marques Oliveira

Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039

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