Então já passaram os 6 meses de amamentação, na qual o bebê estava somente com leite materno ou fórmula, e então ele começará uma nova aventura: a introdução alimentar!
Existem algumas informações muito importantes para esse começo, e lembre – se que o mais importante não é comer, e sim o aprendizado! Aquilo que a criança irá aprender com o contato com os alimentos, sua textura, cor, cheiro e sabor. O bebê ainda não sabe que aquilo é de comer e mata a fome, portanto não é algo imediato. O leite mata sua fome, e é isso que ela sabe.
Então tente deixar as expectativas de lado, respire fundo e entenda que o seu bebê irá ter o contato com os primeiros alimentos e pode não ser tanto quanto vc esperava!
Leia mais sobre introdução alimentar
Pensando em algumas dicas preciosas para um bom começo, a nossa fonoáudióloga Carla Deliberato, especialista em dificuldades alimentares do Espaço Descomplicado, traz uma informação importante para a gente! Confira no post de hoje. Leiam até o final pois está completíssimo e com dicas excelentes!
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por Carla Deliberato – CRFa 2.13919
Iniciar a alimentação complementar com o bebê que está mamando muito bem, principalmente para aqueles bebês que estão sendo amamentados exclusivamente no peito é um assunto que gera muita dúvida e ansiedade em todas as mães.
Aos seis meses de vida o bebê iniciará a sua introdução alimentar complementar e muitas dúvidas aparecem. Os mais diversos sentimentos dominam as mães que passarão por este processo, surgindo dúvidas sobre a melhor forma de se preparar os alimentos, como posicionar a criança na cadeira de alimentação, qual colher e prato utilizar, e finalmente como se dará a real aceitação dos alimentos pelo seu bebê.
A introdução alimentar complementar nada mais é do que uma nova fase, um período de aprendizado alimentar que se iniciará. Precisa ser um momento de experiências sensoriais e de muita descoberta sobre cada alimento. Se você tem a ilusão de que há um manual passo a passo sobre como esse processo vai se dar, engana-se. Não há um manual a ser seguido porque cada bebê apresenta um ritmo de desenvolvimento e de aprendizagem, e a forma como essa introdução alimentar vai ocorrer varia de bebê para bebê, porém há recursos que podem ajudar as mães a melhorar a relação de seus bebês com os alimentos.
Comer é um ato aprendido e as mães precisaram ensinar seus filhos. Até os 5 meses de vida os bebês se alimentam posicionados no colo, aconchegados no cheirinho de sua mãe e ouvindo os batimentos cardíacos dela que tanto os tranquilizam. Eles se saciam apenas com um único alimento de sabor adocicado e de textura homogênea, o do leite. Aos seis meses, quando a introdução alimentar se inicia, tudo muda e o bebê é automaticamente posicionado numa cadeira de alimentação. Surgem alimentos com cores, cheiros e texturas muito diferentes do sabor do leite e também surgem as colheres, objetos que “invadem” a boca do bebê. Portanto, esse novo contexto alimentar é muito diferente do que ele estava acostumado e pode causar reações diferentes em cada bebê. Não podemos esperar que o bebê não estranhe essa mudança e muito menos esperar que ele passe a aceitar naturalmente todos os alimentos. Os alimentos farão parte de uma nova etapa a ser apresentada e introduzida ao bebê, de maneira complementar a amamentação. É por isso que esta nova etapa se chama alimentação complementar, porque é uma fase que pretende complementar a alimentação do bebê, e não substituir o leite materno.
Inicialmente, alguns bebês estarão mais interessados e curiosos pelos alimentos do que outros. Alguns bebês, logo nas primeiras vezes, já abrirão bem a boquinha, terão a curiosidade em querer manipular, cheirar e comer os alimentos e não se importarão em se sujar nas refeições. Porém, para outros bebês toda essa interação com os alimentos talvez não ocorra tão de imediato. Alguns talvez nem queiram tocar os alimentos, outros chorarão apenas ao se sentar na cadeira de alimentação, outros se incomodarão muito com a sujeira nas mãos. Enfim, temos que ter muita paciência e compreensão para ajudar o bebê a assimilar todas essas mudanças.
Continua no próximo post…
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Vocês viram que existem tantas coisas importantes a se pensar ANTES do bebê começar a comer não é? E que o comer envolve tantos estímulos sensoriais e um aprendizado tão grande, que pode levar tempo!
Novamente venho aqui falar sobre quantidade. Acredite, não é o mais importante que o seu bebê coma X quantidade, se ele não aprendeu nada! Uma papinha não é melhor do que uma comida oferecida em pedaços porque a criança”come mais”com a papinha. O mais importante nesse começo, é ter um bom começo. É criar um relacionamento positivo com a comida. É descobrir o prazer em comer, e o prazer pelos alimentos. Não tem coisa melhor.
Então, deixe um pouco os números de lado, preocupe-se em oferecer uma alimentação de qualidade, saudável e variada para seu bebê, e a quantidade, deixe com ele!
A outra coisa que eu gostaria de destacar é: a introdução alimentar começa antes da introdução alimentar. Como assim? Agora fiquei confusa! Isso mesmo! Antes da criança começar a levar os alimentos à boca, o bebê começa observando, olhando os pais comerem. O bebê olha os pais levando objetos à boca e isso parece prazeroso. Os pais devem trazer o bebê para o contexto familiar das refeições em famíia, o importante momento do “comer juntos”. O bebê fica no colo dos pais enquanto esses comem, ou num cadeirão próximo à mesa. A introdução alimentar começa ali. Comer será apenas mais um passo que o bebê irá tomar quando estiver pronto. E que delícia que é isso!
Um bjo
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Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039