A chupeta é o vilão? Qual a real necessidade do meu bebê – parte 2

Sei que o tema é polêmico, então se você não leu a primeira parte do post, veja aqui: A chupeta é o vilão? Qual a real necessidade do meu bebê, e espero que goste dessa segunda parte que escrevi com muito carinho!

A idéia não é julgar ninguém por aqui, seja pela decisão de usar ou não a chupeta, mas fornecer informações importantes antes de vocês decidir, ou se decidir por usar, qual a melhor forma possível ( ou menos prejudicial).

A maternidade é tão cheia de tabus, regras e mitos, que enlouquecem as mães! Às vezes perdemos tanto tempo tentando nos defender de nossas convicções que esquecemos de acolher. Pense nisso! 😉 Se você é como eu e acredita no equilíbrio e numa maternidade leve e descomplicada, leia até o final e decida o que é melhor para você. 

Quando evitar a chupeta
Se você perceber algum dos  problemas abaixo, é interessante interromper o uso da chupeta, pelo menos até resolver o problema. Fique atenta se…

  • A chupeta reduziu a duração da mamada do bebê?  (recém-nascidos devem mamar pelo menos 8 a 12 vezes por dia).
  • O bebê está tendo dificuldades para mamar?  (isso pode ser devido à confusão de bicos).
  • O bebê está com problema de ganho de peso? (em casos em que o bebê precisa amamentar o mais freqüentemente possível).
  • A mãe está tendo dor para amamentar, com fissuras ou dor nos mamilos?  (a chupeta pode levar à confusão de bicos, com pega errada e dificuldade para amamentar, além do risco de candidíase)
  • A mãe está com problemas na produção de leite (a chupeta pode estar levando a diminuição das mamadas, pega incorreta com transferência de leite prejudicada e por aí vai…)
  • A mamãe e / ou bebê estão com candidíase (sapinho), de difícil tratamento ou de repetição.(a chupeta pode ser o veículo que está perpetuando a infecção).
  • O bebê está tendo infecções de ouvido de repetição (pode estar associada ao uso da chupeta).

A chupeta pode ajudar a prevenir Morte Súbita?

Você já ouviu falar que o uso de chupeta pode ajudar a prevenir A Síndrome da Morte Súbita do Bebê? Leia o posicionamento da Academia Americana de Pediatria publicado em  fevereiro de 2012:

“Dada a documentação de que o uso precoce de chupetas pode estar associado a uma amamentação não bem sucedida, o uso de chupeta no período neonatal deve ser limitado a situações médicas específicas. Estes incluem usos para alívio da dor, como um agente calmante, ou como parte do programa estruturado para melhorar a função motora oral. Uma vez que o uso de chupeta tem sido associado a uma redução na incidência de SIDS, as mães de bebês a termo saudáveis devem ser instruídas a usar a chupeta nas sonecas ou no período de sono dos bebês após a amamentação estar bem estabelecida, aproximadamente com 3 a 4 semanas de vida.”

Essa instrução é o posicionamento da Academia Americana de Pediatria e não ressalta os possíveis malefícios da chupeta já falados acima, como confusão de bicos na amamentação, desmame precoce e problemas dentários futuros. O meu posicionamento é que você leve tudo isso em conta na sua decisão final. Sabe-se que a amamentação é um grande protetor quando falamos em Morte Súbita.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que os pais tenham claramente esta visão de “prós e contras” do uso da chupeta, para que, junto ao seu pediatra, possam tomar uma decisão informada quanto a oferecê-la, ou não, aos seus bebês.

Leia mais aqui:

 Encontrando equilíbrio nisso tudo…

Como vimos, existem algumas situações a chupeta não é recomendada, principalmente naquele começo de vida e de vínculo entre mãe e bebê, e o estabelecimento da amamentação. Em outros casos, ele poderia reduzir ser um fator entre outros, que reduz o risco de morte súbita.

Ainda existe algo que é a própria necessidade desse bebê de sugar, e que a chupeta acaba ajudando a acalmar o bebê, muitas vezes e situações que a mãe não pode estar presente, ou está no seu limite de exaustão.

Acredito numa maternidade mais leve e sem culpas, por isso, a decisão precisa ser em conjunto com os pais do que é melhor para o contexto daquela família. O equilíbrio é importante, por isso a necessidade de levar em consideração a possíveis dificuldades na amamentação, o nível de esgotamento da mãe, a demanda do bebê. Que você possa encontrar o caminho! 😉

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Dra Kelly Marques Oliveira

CRM 145039

Pediatra, Alergista e Consultora Internacional de Amamentação 

Consultório Espaço Médico Descomplicado – São Paulo: (11) 5579-9090/ whatsapp (11) 93014-0007

Referências bibliográficas

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