Greve de peito: Meu bebê luta com o peito e não quer mamar, o que fazer?

 

Baby crying in front of her mother

Seu bebê está mamando bem durante meses, e de repente começa a recusar o peito. Isso costuma deixar as mães extremamente confusas e aflitas. Será que tem algo de errado com o meu leite? O meu bebê está doente? Meu bebê vai desmamar?

Na verdade, não é raro o bebê fazer o que chamamos de “greve de peito”, ou “luta com o peito” em algum momento da amamentação.

A greve de peito é uma maneira do bebê comunicar que algo está errado. Quando os bebês fazem isso, querem mamar, mas podem estar sentindo dor ou desconforto e isso faz com que mamem de pouquinho em pouquinho ao longo do dia, com muito choro e lágrimas no meio. Aí pode bater o desespero, levar a mais ansiedade e entrar nun clico vicioso de luta, choro, pega errada, peito machucado e por aí vai…

Geralmente esse período dura de 2 a 4 dias, mas pode durar mais. O melhor caminho é tentar manter a calma, descobrir o que pode estar causando a dor (cólica, gases, dente nascendo…) e tentar diferentes posições para mamar.

Se o bebê que se recusa a mamar no peito não significa que está pronto para desmamar. Se ele tiver menos de  um ano e ainda não iniciou a introdução alimentar, com certeza não é o momento do desmame. O desmame natural ocorre quando a introdução alimentar está bem estabelecida, e de forma natural o bebê mama menos, e come mais. Isso ocorre após os 2 anos de idade.

Quais são as possíveis causas da greve de peito?

Às vezes, a causa da greve de peito é óbvia, mas nem sempre. Em alguns casos, a mãe pode nem descobrir a razão. Veja abaixo algumas causas que podem levar à greve de peito:

  • Dentes nascendo, alguma lesão na boca, ou infecção como o sapinho (causada por fungo), infecção de ouvido (que leva à dor e pressão durante a mamada), ou infecção de garganta no bebê.
  • Reflexo gastro-cólico: como o bebê passa a mamar de forma mais rápida e eficiente em torno dos 3 meses, o ato de sugar o seio e a presença de leite no estômago do bebê estimula o peristaltismo intestinal, levando à cólica do bebê e dor. Isso se torna mais perceptível também a partir dos 3 meses, pois o bebê consegue interagir melhor com o meio.
  • Posição desconfortável do bebê na mamada. Veja o post sobre pega assimétrica.
  • Nariz congestionado, que dificulta a coordenação entre mamadas e respiração.
  • Dor em alguma parte do corpo do bebê, por exemplo após a vacina.
  • Uso de bicos artificiais como chupetas e mamadeiras, que podem levar a confusão de bicos
  • Pega errada: as vezes após algum tempo pode acontecer, principalmente se antes a mãe usava o bico de silicone ou intermediário para amamentar.
  • Distração enquanto o bebê mama, como um lugar novos e novos estímulos. Isso acontece muito a partir dos 3 meses, quando o bebê já enxerga melhor.
  • Separação mais longa da mãe, seja por qualquer motivo, como viagem ou doença, ou mesmo retorno ao trabalho.
  • Queda na produção de leite. Pode ocorrer devido a aumento do intervalo entre as mamadas, introdução de complemento, mamadeira ou chupeta e mesmo algum estresse físico ou emocional da mãe. Veja o post Como aumentar a Produção de Leite.
  • Mudança no gosto do leite. Pode ocorrer devido ao uso de cremes ou pomadas (prefira a Lanolina 100%), uso de perfumes, mudança na dieta, ou mesmo uma nova gravidez, que altera o gosto do leite!

Pode haver situações ou ações por parte da mãe que contribuam para a recusa do bebê a amamentar:

  • Uma reação forte da mãe devido à mordida do bebê.
  • Mudanças na rotina, como viagem ou mudança
  • Limitar as mamadas em horários
  • Estresse, estímulo excessivo, tensão em casa.
  • Esperar muito tempo para oferecer o peito ao bebê, quando já está chorando há muito tempo e irritado (às vezes isso ocorre de forma inconsciente quando a mãe sente dor na amamentação).

Outras causas menos comuns, mas não menos importantes!

Nem todos os bebês responderão da mesma forma. Alguns bebês são extremamente sensíveis e podem recusar o peito por algum desses motivos acima. Outros não irão sequer dar sinais de recusa, e podem mamar ainda mais em determinadas situações.

É importante identificar com o pediatra se há algo de errado com o bebê. Doença, algum motivo de dor, e até mesmo algum salto de desenvolvimento pode dar uma bagunçada na rotina e nas mamadas.

Mantenha a calma e saiba que a greve de peito não dura para sempre. Dar oportunidade para o bebê mamar em um momento tranquilo e relaxante é a melhor opção.

Aguarde os próximos posts sobre o assunto!

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Um abraço,

Dra. Kelly Marques Oliveira

CRM 145039

Consultório em São Paulo: (11) 5088-6699

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