Foi notificado no estado de São Paulo um novo surto de gripe provocada pelo vírus H1N1. Já foram relatados 38 casos de morte por complicações da doença, e isso tem sido motivo de muitas preocupações. Pensando nisso, escrevi esse post sobre o que é a doença, como identificá-la, quais são os sinais de alarme e tratamento.
A influenza é mais frequente nos meses mais frios do ano, no outono e inverno, principalmente no Sul e Sudeste do País. As pessoas com maior risco de complicações são crianças, idosos e gestantes, além de pessoas com doenças que comprometam a imunidade, que é o sistema de defesa do nosso corpo.
Ano passado foram registrados 141 casos de gripe provocados pelo H1N1, com 36 mortes. Esse ano, somente nesses três meses, e só no estado de São Paulo, há o relato de 260 pessoas infectadas pelo vírus e 38 já morreram.
Para prevenir a doença a vacina é mandatória, e pode ser feita a partir dos 6 meses de idade. A vacinação é gratuita para crianças de seis meses até cinco anos, idosos com mais de 60 anos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, como bronquite e asma.
O que é Sindrome gripal?
É assim chamado a pessoa que apresentar febre de início súbito, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas:dor de cabeça, mialgia ou dor nas juntas, sem outro diagnóstico específico.
Em crianças com menos de 2 anos: febre de início súbito e sintomas respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal), sem outro diagnóstico específico.
A pessoa diagnosticada com síndrome gripal pode desenvolver a chamada Síndrome respiratória aguda grave (SRAG), considerada uma complicação da síndrome gripal, com desconforto respiratório associado.

Quais são os sinais e sintomas?
Infecção das vias aéreas associada a febre alta (>39C) de instalação rápida, com duração média de 48h, com diminuição da febre após esse período, com duração de até 6 dias. A febre é mais forte nas crianças. A gripe dura em média 7 dias, porém a tosse o mal-estar e cansaço podem durar mais tempo.
Outros sintomas associados são:
- Calafrios
- Mal-estar
- Dor de cabeça
- Dor muscular
- Dor de garganta
- Dores nas articulações
- Prostração
- Coriza nasal
- Tosse seca
Pode estar presente, porém menos frequente: diarréia, vômitos, fadiga, rouquidão, olhos avermelhados.
Quais outros diagnósticos devem ser considerados?
A criança com esse quadro clínico pode se confundir com pneumonia bacteriana, outros quadros virais como bronquiolite na criança, crise de asma, ou gripe por outros vírus respiratórios.
Até quanto tempo a pessoa com gripe pode transmitir a doença?
A doença se transmite no período de 24 horas antes do início dos sintomas e dura até três dias após cessar a febre. Nas crianças pode durar em média dez dias.
Quais são as possíveis complicações da gripe H1N1?
- Pneumonia bacteriana e por outros vírus
- Sinusite
- Otite
- Desidratação
- Piora de doenças crônicas como insuficiência cardíaca, asma ou diabetes.
- Pneumonia por influenza
Sinais de alarme
- Presença de dificuldade para respirar, associado a aumento da frequência respiratória, esforço respiratório, fala ou choro entrecortado, prostração, gemência ou irritabilidade
- Presença de hipoxemia, que se traduz por baixa oxigenação devido a dificuldade respiratória
- Dificuldade da criança para se alimentar devido a dificuldade respiratória
- Persistência ou aumento da febre por mais de 72 horas
- Criança apática, sonolência excessiva ou gemente
- Sinais de desidratação, como ausência de diurese (criança não está fazendo xixi, ou fazendo pouco)
Veja no vídeo abaixo sinais de desconforto respiratório.
http://www.youtube.com/watch?v=bYso_Oz-35k
Condições e fatores de risco para complicações
• Grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o parto
• Adultos ≥ 60 anos.
• Crianças < 5 anos (sendo maior risco em menores de 2 anos)
• Pessoas menores de 19 anos em uso prolongado de AAS (risco de síndrome de Reye).
• Indivíduos com alguma doença crônica de base, como asma, cardiopatias, nefropatias, hepatopatias, doenças hematológicas como anemia falciforme, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, doenças neurologicas que comprometam a parte respiratória, síndrome de Down, obesidade, pacientes imunodeprimidos.
Nos exames, quando solicitados, pode ter alteração do hemograma, alteração renal ou hepática e na radiografia de tórax.
No próximo post, vamos conversar um pouco sobre medidas de prevenção e tratamento.
Espero que tenham aprendido bastante! Compartilhe para que outras pessoas também possam ter essa informação 😉
Um bjo
Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039
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Referências bibliográficas
Protocolo de Tratamento de Influenza dez 2015 – Ministério da Saúde