Dicas de verão: O que você precisa saber para prevenir o afogamento

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Queridos papais e mamães,

O verão está aí, férias escolares, praia, sol e calor. Época de viagens e de aproveitar para descansar e renovar as forças para o ano que se inicia.

Para aproveitar isso ao máximo, hoje vou falar sobre um tema super importante e que precisamos estar atentos aos nossos filhos, o afogamento.

Afogamento, segundo a OMS, é definido como um acontecimento no qual as vias aéreas da criança são submersas em líquido, levando a uma impossibilidade de respirar. Para uma criança, bastam alguns minutos! Quanto mais tempo submerso na água sem respirar, maior a lesão cerebral, que pode ser irreversível. Além disso, não são somente piscinas, mar e represas que os pais devem ficar atentos. Banheiras, privadas e baldes podem ser extremamente perigosos para um bebê que começou a andar.

Todo cuidado é pouco!

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 500 mil pessoas morrem a cada ano devido a afogamento não intencional. No Brasil são 7210 mortes por ano devido a afogamento e a segunda causa de morte em crianças de 5 a 14 anos. Para cada pessoa que morre por afogamento, outras 4 pessoas recebem cuidados na emergência devido a afogamento não fatal. Os dados são assustadores…

Os principais fatores de risco são: sexo masculino, idade menor que 14 anos, baixa renda, residência rural, exposição a locais com piscinas, praia ou represa, epilepsia e falta de supervisão.

Como proteger nossas crianças desse risco? Como evitar que acidentes aconteçam? Seguem algumas dicas e cuidados sobre esse assunto!

Recomendações gerais:

  1. Coloque seu filho numa escolinha de natação a partir dos 2 anos de idade. Isso não o isenta de riscos, mas ajuda a ter mais segurança para levá-los a praia ou piscina.
  2. Nunca, em hipótese alguma, deixe as crianças sozinhas! Um minuto de desatenção pode ser fatal.
  3. Nade sempre em águas rasas com as crianças, mesmo que elas já saibam nadar.
  4. Se comer, espere pelo menos 2h para entrar na água novamente.
  5. Não superestime sua capacidade de nadar, nem a das crianças! De todos os afogamentos notificados, metade dizia que sabia nadar!
  6. Nunca tente salvar alguém se não tiver condições de fazê-lo. Muitas pessoas acabam correndo grande risco ao fazer isso.

Praias

  1. Procure sempre a orientação do Salva-Vidas sobre o local mais seguro para nadar.
  2. Pegue com o Salva-Vidas uma pulseira de identificação e coloque nas crianças.
  3. Fique de olho nas crianças, principalmente se a praia estiver cheia.
  4. Se você encontrar alguma criança perdida, leve-a ao posto de salva-vidas.
  5. Respeite as sinalizações de perigo na praia.
  6. Não entre na água com o mar muito agitado.
  7. Antes de mergulhar no mar, cheque a profundidade.
  8. Cuidado com as águas-vivas e caravelas.
  9. Não use objetos infláveis na praia, você pode ser arrastado por uma corrente.
  10. Cuidados com as pedras costeiras, é escorregadio e você pode se ferir com ouriços, cracas e mariscos.
  11. Se chover, não fique na praia, é um local propício para raios!

ATENÇÃO:
Cuidado com as valas: a vala é o local de maior correnteza, que aparenta uma falsa calmaria e leva para o alto-mar.
Se entrar em uma vala, tenha calma, nade paralelamente a praia até conseguir escapar ou peça socorro imediatamente.

Piscina

  1. Nunca deixe a criança sozinha na piscina ou sem a supervisão de um adulto.
  2. Isole a piscina: coloque grades com altura de 1,50 m e 12 cm nas verticais. Isso reduz o risco de afogamento pela metade.
  3. Após utilizar a piscina, coloque uma capa ou rede de proteção.
  4. Bóia de braço não é sinal de segurança! Prefira um colete salva-vidas.
  5. Evite brinquedos próximos à piscina, para não atrair as crianças sozinhas.
  6. Desligue o filtro da piscina quando for usá-la.
  7. Não mergulhe, nem deixe seu filho mergulhar no raso, verifique antes de entrar na piscina.

Lagos e represas

  1. Cuidado com a vegetação que pode estar no chão da represa, ela pode prender a criança.
  2. Não deixe as crianças nadarem próximas de pontos de captação de água.
  3. Antes de entrar na água de uma vez, teste a temperatura molhando o rosto, para não correr o risco de levar choque térmico.
  4. Certifique-se da profundidade antes de mergulhar, sempre!

Cuidados em casa

  1. Esvazie baldes, banheiras e piscinas infantis depois do seu uso e guarde-os sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças.
  2. Grande parte dos afogamentos com bebês acontece em banheiras. Na faixa etária até dois anos, até vasos sanitários e baldes podem ser perigosos.
  3. Nunca deixe as crianças, sem vigilância, próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água.
  4. Nunca deixe seu filho sozinho na banheira, mesmo se já senta sozinho.
  5. Esvazie a banheira antes de retirar a criança da mesma e esconda a tampa da banheira para que a criança não possa querer tentar preparar o seu próprio banho, o que pode resultar num desastre!
  6. Durante o banho, não atenda o telefone nem a porta, isso pode deixar seu filho sozinho e causar acidentes.
  7. Deixe a tampa do vaso sempre fechada, se possível com algum dispositivo de segurança “à prova de criança” ou a porta do banheiro trancada.
    Mantenha caixas d’água, tanques, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”.

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Um bjo

Dra. Kelly Marques Oliveira

Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039

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Referência Bibliográfica:
Drowning in childhood: epidemiology, treatment and prevention David Szpilman1Rev Paul Pediatria 2005;23(3);142-53.
http://www.who.int/violence_injury_prevention/child/en/
Drowning. David Szpilman. N Engl J Med 366;22 nejm.org may 31, 2012

Image credit: http://cdn.mntm.me/41/fa/63/Safe-Summer-Travel-Top-Tips-for-Keeping-Kids-Healthy-41fa633ad0de4b958a5097fc576f03b7.jpg

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