Virose, dor de barriga, intoxicação alimentar e afins.
Olá queridos papais e mamães.
Obrigada por ficarem comigo nessa série! Obrigada pelos comentários, pelos compartilhamentos e pelo apoio. Vocês me fazer crescer como profissional, como pessoa e me incentivam a querer ser uma melhor médica!
Hoje, em nosso último post da série, falarei sobre algumas curiosidades e tentarei esclarecer algumas dúvidas.
Entendemos o que é essa tal de virose, porque ela ocorre e o que fazer quando nossos pequenos ficam doentes, com evitar a desidratação e medidas de prevenção que podemos promover na creche e em casa!
Vamos entender o que é intoxicação alimentar
São intoxicações causadas pela ingestão de determinados alimentos contaminados. O consumo de alimentos manipulados sem os devidos cuidados de higiene, e/ou mal cozinhados e/ou impropriamente conservados (carnes vermelhas, carnes de aves, peixes, ovos, bolos com cremes, maioneses, etc.), criam condições propícias à multiplicação, nos alimentos, de bactérias como a Salmonella spp, Eschericia coli, Staphylococcus aureus, entre outros. Em circunstâncias favoráveis, os alimentos tornam-se simultaneamente os meios de cultura e os veículos de transmissão de bactérias responsáveis pelas intoxicações alimentares.
A intoxicação alimentar ocorre quando duas ou mais pessoas que partilharam a mesma comida ou a mesma água, adoecem simultaneamente ou quase, com queixas digestivas semelhantes (náuseas, vômitos e/ou diarreia) e/ou sinais neurológicos.
Como prevenir a virose: Vacina contra rotavírus x prevenção da Gastroenterocolite
O rotavírus é o principal agente causador de gastroenterite no mundo, que pode ser grave em bebês e crianças pequenas. Em países com poucos recursos de saneamento básico, e altas taxas de desnutrição, a taxa de mortalidade é significativa por rotavírus. Existem duas vacinas licenciadas anti-rotavírus no Brasil. Ambas são seguras e previnem contra infecção causada por esse vírus em larga escala.
A vacina pentavalente anti rotavírus (Rotateq) é composta de 5 sorotipos diferente de rotavírus. A vacina monovalente contra rotavírus está disponível na rede pública. Comparando-se as duas vacinas, a vacina pentavalente demonstrou uma proteção adicional ao sorotipo G2, uma vez que a vacina monovalente, apesar de ser composta apenas pelo sorotipo G1 e oferecer proteção cruzada contra outros sorotipos, tem baixa proteção contra o sorotipo G2, contemplado na vacina pentavalente.
O esquema básico de vacinação é composto de 3 doses e a idade mínima para início da vacinação é de 6 semanas com limite de 3 meses e meio, para ser administrada a primeira dose. O intervalo mínimo entre as doses é de 1 mês, e o recomendável é de 2 meses. A última dose deve ser dada até 7 meses e meio, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Ela é contra indicado em crianças que tenham histórico de hipersensibilidade (reação) a qualquer componente da vacina.Hipersensibilidade prévia à vacina de rotavírus.
Terapia com imunossupressores, corticóides e citostáticos. Crianças com imunodeficiência. Crianças com histórico ou predisposição para intuscepção.
Intolerância à lactose
Depois de um surto de gastroenterite, algumas crianças podem apresentar a intolerância à lactose transitória. Geralmente relaciona-se com uma diarreia daquelas… que deixa o bebê todo assado!
A lactase, a enzima que ajuda a digerir lactose (um açúcar do leite), é segregada diarreia e seu potencial de irritação da pele.
Assadura e consequente irritação é causada por ácidos biliares nas fezes, e embora a irritação pode ser controlada, ela provavelmente não vai melhorar até que desapareça a diarreia.
Para evitar assaduras, veja como realizar trocas de fraldas aqui.
Se a pele parece particularmente irritada, colocar 10 minutos de molho em água pura,temperatura ambiente e sem sabão pode ajudar. Seque naturalmente e aplique uma camada espessa de creme na fralda.
Ocasionalmente, a pele torna-se suscetível a infecções bacterianas e fúngicas. Se a assadura está piorando progressivamente apesar das medidas orientadas acima, visite o pediatra.
Afastar a criança da creche ou berçário impede que outras crianças fiquem doentes?
A retirada temporária dos berçários das crianças com diarreia durante o período sintomático não impede a propagação da doença às restantes crianças. As medidas mais eficazes na redução dos contágios são os cuidados gerais de higiene e a orientação adequada da equipe de cuidadores.
O contágio dum doente com “virose” prolonga-se muito para além da cura clínica. Isso significa que mesmo depois que já passaram os sintomas a criança ainda transmite a doença! Por isso, quando existe um surto de diarreia numa creche , as crianças assintomáticas transmitem igualmente agentes infecciosos patogênicos nas fezes, contribuindo para o aparecimento de novos casos. É importante lembrar que a desinfecção com álcool não elimina a maioria dos vírus. Já a lavagem das potenciais fômites com detergentes com hipoclorito de sódio a 1%, seguido da secagem, poderá eliminar significativamente o número de vírus viáveis.
Espero que tenham aprendido bastante! Compartilhe para que outras pessoas também possam ter essa informação 😉
Um bjo
Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039
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Confira outros posts da série:
É virose mamãe, e agora?
Dor de barriga da criança e desidratação, saiba o que fazer.
O que fazer quando seu filho tem diarreia.
Referências bibliográficas:
Acute diarrhea in children –Teresa Mota Castelo et al. Saúde infantil, setembro 2008
Photo credit: http://www.doctortipster.com/24876-abdominal-pain-in-kids-treatment-and-remedies.html