Seu filho está acima do peso? Veja porque isso pode ser um problema

Vamos falar hoje sobre um assunto um pouco mais difícil, porque é aquele “calo” que às vezes nos aperta né? Hoje é o Dia Mundial da Prevenção da Obesidade Infantil, e antes que você fale: Ah mas meu filho não é obeso, nem vou pensar nisso, e acaba nel lendo o post…

Posso provar para você que hoje temos mais crianças no mundo obesas e com obrepeso do que crianças desnutridas, e mesmo que não estejam acima do peso, podem ter algum erro alimentar grave, ou hábitos ruins!

Aquela velha história do açúcar, porque faz mal introduzi-lo antes dos 2 anos de idade, ou mesmo que não introduza, como mesmo depois isso pode prejudicar o seu filho. Hábitos são difíceis de serem quebrados, e quando falamos em prevenção, é porque estamos contruindo hábitos ( e mudando também hábitos nossos) que levaremos para o resto da vida!

Vamos entender um pouco melor sobre essa doença que acomete 6,5 milhões de crianças só no Brasil!

Para isso quem escreve hoje é a Dra. Ludmila Rachid, Endocrinopediatra que atende aqui no Espaço Médico Descomplicado 

Leiam!

Por que falar de obesidade infantil?

“Pela primeira vez em anos, as crianças de hoje podem viver menos que seus pais devido às doenças consequentes do excesso de peso.” Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil em torno de 6,5 milhões de crianças estão acima do peso, e em 2025 se nada for feito, teremos 11,3 milhões de crianças com sobrepeso e obesidade, com as seguintes consequências: 427 mil terão pré-diabetes, 150 mil terão diabetes tipo 2 e 1 milhão terão pressão alta!

Como saber se meu filho está acima do peso?

Para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade nas crianças e adolescentes, o método mais utilizado são as curvas de Índice de Massa Corpórea (IMC). Essas curvas são de acordo com o sexo e a idade do paciente. O pediatra que acompanha seu filho deve preenchê-la a cada consulta, e avaliar se o peso esta adequado, e prosseguir com as orientações.

E o que é obesidade e por que ela ocorre?

A obesidade é o excesso de tecido adiposo/gorduroso decorrente de um desequilíbrio da oferta e do gasto de energia, que envolve diversos sistemas complexos no nosso organismo. Alguns casos raros de obesidade são causados por síndromes (Síndrome de Prader Willi) ou desregulação hormonal (deficiência do hormônio de crescimento, alterações da tireoide). Na maioria dos casos, ocorre pela interação de fatores genéticos e ambientais (sedentarismo e alimentação inadequada), e nesses casos chamamos de obesidade exógena.

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Como ocorre o mecanismo da fome e da saciedade?

Diversos sistemas interligados funcionam para o controle do apetite. Basicamente, a curto prazo, temos no trato gastrointestinal, o estômago que produz a grelina e o intestino produz as incretinas. Esses hormônios vão atuar no hipotálamo, uma estrutura cerebral responsável pela ingesta/gasto energético. A longo prazo temos a insulina e leptina, que também atuam estimulando ou inibindo o hipotálamo. Na sensação de fome, a glicose, os nutrientes e a grelina no sangue estão baixas. Quando comemos, aumentamos gradativamente o nível desses elementos no sangue, além do alimento que ao chegar no estômago provoca estiramento da musculatura gástrica, que manda informação, via nervo vago ao hipotálamo: A comida chegou! Conforme a comida vai caminhando, os hormônios incretínicos vão sendo produzidos e liberados, como o GLP-1, GIP, e esses hormônios mandam o sinal de saciedade para o hipotálamo. Não é imediato como a informação que a comida chegou, por isso sempre orientamos comer devagar para saber a hora certa de parar!

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Quais são as consequências da obesidade infantil?

A obesidade pode causar alterações do colesterol, alterações do açúcar (pré-diabetes e diabetes), pressão alta, dores no joelho, problemas no quadril, fígado gorduroso (esteatose hepática), roncos e cansaço durante o dia (Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono), além de problemas de relacionamento social e depressão. Hoje diversos estudos mostram que o sobrepeso, mesmo sem alterações nos exames laboratoriais, pode acarretar em alterações cardiovasculares no futuro.

Atualmente, além dos dados alarmantes, sabemos que 80% dos pacientinhos obesos se tornarão adultos obesos, portanto precisamos mudar esse cenário! A prevenção da obesidade é o melhor remédio sempre! Então o que podemos fazer para prevenir?

A prevenção começa na gestação: evitar o ganho de peso em excesso, assim como priorizar a alimentação saudável. Nos primeiros seis meses de vida: o aleitamento materno exclusivo tem fator protetor contra a obesidade e a síndrome metabólica no futuro. Após os 6 meses até dois anos: não utilizar açúcar refinado e produtos industrializados, dar preferência para alimentos saudáveis – comida de verdade! O paladar e a queda por doces ocorrem nessa época! Após essa idade, lembrar que pais, escolas e a mídia devem dar o exemplo, priorizar alimentação saudável, e estimular atividade física, e reduzindo o tempo de celular, televisão, tablets!

Vamos todos juntos combater a Obesidade! Visite seu pediatra regularmente e procure um endocrinologista infantil sempre que necessário! Até mais!

Dra. Ludmilla Rachid

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Espero que tenham gostado! Se sim compartilhe! Pode ajudar outra pessoa também.  A Dra. Ludmila atende aqui no Espaço Médico Descomplicado!

Um abraço,

Dra. Kelly Marques Oliveira

Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039

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