Não deixe de vacinar seu filho contra catapora – parte 2

Vimos no primeiro post sobre catapora o quão grave pode ser essa doença, que felizmente, existe vacina! Hoje vamos falar mais detalhadamente sobre a sua prevenção pela vacinação, qual é o esquema vacinal e como é a vacina e suas possíveis reações.

 

Como prevenir a catapora?

Felizmente, a doença pode ser evitada por meio da vacina. Em todos os países que adotaram a vacinação de crianças contra a varicela houve uma queda no número de casos e de mortes. A vacina contra a varicela está licenciada no Brasil na apresentação monovalente ou combinada com a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), sendo então a vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
A tetra viral está disponível na rede pública desde 2013, exclusivamente, para crianças de 15 meses de idade, que já tenham recebido a 1ª dose da vacina tríplice viral. Atualmente a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam duas doses da vacina contra varicela.

Quem deve ser vacinado e quando? 

Esquema completo é feito com 2 doses:

  • 1a dose:  12 a 15 meses de idade (no esquema da tetra viral ou separada).
    2a dose: 3 meses após 1a dose.
  • Caso haja episódios de surto em escolas, a vacina pode ser aplicada em crianças menores de 12 meses, com idade mínima de 9 meses. Essa dose é considerada “extra” e o esquema vacinal deve ser feito normalmente com 1 ano.
  • Adolescentes e adultos nunca vacinados ou que nunca tiveram catapora: 2 doses com intervalo de 1 mês entre as doses.
  • A vacina contra a catapora pode ser aplicada ao mesmo tempo que outras vacinas.
  • O SUS fornece apenas uma dose  da vacina, para cobertura vacinal completa a recomendação da SBP e da SBim é que sejam 2 doses.

As reações mais comuns da vacina são:

Reações leves
• Sensibilidade ou inchaço no local da injeção (cerca de 1 em cada 5 crianças e 1 em cada 3 adolescentes e adultos).
• Febre, geralmente baixa (cerca de 1 pessoa a cada 10).
• Erupções cutâneas leves, tipo as da catapora, porém em número muito menor, até um mês depois de ter tomado a vacina (1 pessoa em cada 25).

Reações moderadas 

• Convulsão febril (raríssimo).

Quais situações não se deve tomar a vacina? 

  • Presença de reação alérgica a uma dose anterior da vacina, à gelatina ou à neomicina antibiótico (componentes da vacina).
  • Crianças e adultos com alguma doença moderada ou grave no momento da vacina. O ideal é esperar a recuperação! Resfriado comum não é contra indicação, porém o médico deve ser consultado.
  • Gestantes não devem ser vacinadas para varicela! Tentantes devem esperar 1 mês após a vacina para engravidar.
  • Qualquer pessoa com imunodeficiência primária ou adquirida: HIV/AIDS, câncer, leucemia, linfoma, entre outras.
  • Uso de corticóide em dose imunossupressora por 2 semanas ou mais.
  • Tratamento com radioterapia e quimioterapia.
  • Mulheres lactantes, em bebês ainda não vacinados.
  • Pessoas que fizeram transfusão de sangue ou hemoderivados, esperar 5 meses para realizar a vacina.

Sobre a vacina

É uma vacina viva atenuada (vírus enfraquecido).
A vacina varicela (atenuada) é uma preparação liofilizada do vírus varicela-zóster de cepa Oka vivo e atenuado. Essa preparação é obtida a partir da propagação do vírus em cultura de células diploides humanas MRC-5. A vacina varicela (atenuada) atende às exigências da Organização Mundial da Saúde (OMS) relativas a substâncias biológicas e vacinas contra varicela.

Composição: Cada dose (0,5 mL) da vacina reconstituída contém: vírus da varicela-zóster (VZV) vivo atenuado, cepa Oka, não menos que 2.000 unidades formadoras de placa (UFP).
Excipientes: suplemento de aminoácidos, albumina humana, lactose, sorbitol e manitol.
Resíduo: sulfato de neomicina
Diluente: água para injeção.

 

Tratamento

O tratamento da varicela é basicamente suporte clínico. Cuidados com a pele para não ter infecção bacteriana secundária à varicela, com cuidado das lesões, não deixar a criança se coçar. Pode-se usar um secativo para as lesões, como pasta d’água. Manter as unhas da criança curtas. Para a coceira também pode-se usar um antialérgico. Caso evolua com piora das lesões, com hiperemia e inchaço ao redor das lesões mais evidentes, prostração, febre persistente, o médico deverá ser consultado.

Veja a parte 1 do post aqui.

Bebê internado com catapora – divulgado em mídias sociais como alerta

Espero que tenham gostado das informações! Não deixem de vacinar seus filhos.

Um bjo

Dra. Kelly Marques Oliveira

Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039

Consultório Espaço Médico Descomplicado – São Paulo: (11) 5579-9090/ whatsapp (11) 93014-0007

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Não deixe de completar o esquema de vacinação do seu filho com as duas doses de varicela. Para maiores informações entre em contato com a gente pelo telefone: (011)5083-1818

Referências bibliográficas:

http://www.casadevacinasgsk.com.br/doencas/8/catapora

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