Sobre a maternidade real, puerpério e a desconstrução de ideais

Foto: @melissajeanbabies

Quando nasce um bebê nasce, nasce uma mãe. Mas não nascemos prontas. A maternidade é um processo de contínuo aprendizado, onde não necessariamente existe um certo e errado, mas sim decisões que irão nos nortear a encontrarmos nossa própria maternagem, aquela que é única, exclusiva, só nossa. E ainda que acreditemos que temos mais erros do que acertos, é preciso lembrar que antes de tudo a maternidade precisa ser leve. Com menos culpa. Menos julgamento. Mais amor e acolhimento por parte dessa blogosfera materna que acolhe ao mesmo tempo repulsa, que ama e ao mesmo tempo aponta o dedo.

A maternidade real é aquela que podemos ser nós mesmas e não ter medo de exteriorizar nossas angústias, e falar aquilo que precisamos falar.

É dizer que “tá difícil” porque sim, é osso, sim, nos sentimos sozinhas, ainda que com tanta gente ao redor. Os primeiros meses são punk mesmo, e ninguém te conta como pode ser tão tremendamente assustador, e ao mesmo tempo tão intenso.

É dizer que “tô cansada” porque passamos o dia inteiro com o bebê no colo, tentando dar de mamar, fazer dormir, e quando chega no final do dia, simplesmente não foi possível ir ao banheiro ou comer alguma coisa. E quando dizemos que tá cansativo não queremos ouvir “engravidou, agora aguenta”, muito menos “pariu e agora não dá conta?”. Não significa que não gostamos do bebê, ou que não assumimos o nosso papel enquanto mãe. Simplesmente porque estamos cansadas. E pronto. Só precisamos de empatia.

Precisamos falar mais sobre isso.

E ainda que de todos os desafios da maternidade, talvez a amamentação seja o desafio mais difícil, e a cobrança (própria e dos outros) gigantesca. Pariu e não vai nutrir? Descobrir que nem sempre é algo intuitivo e lindo nos primeiros dias pode ser uma grande frustração, que pode haver muita dor, choro e lágrimas. Que a insegurança bate e não sabemos o que fazer, nem qual atitude tomar. Que precisamos descobrir o caminho das pedras por nós mesmas, e “caçar” aquele instinto materno que estava perdido, e pode ajudar nesse momento. Saber também procurar ajuda no momento certo pode ser decisivo, pois a dor cega a gente de tentar, e podemos perder algo da qual podemos sentir depois.

Saber que existe o blues puerperal, e a depressão pós parto pode te pegar em cheio, e quando todos te falam que é o melhor momento da sua vida e você não se sentir assim, e só ter vontade de chorar, tudo bem também, mas é importante procurar ajuda. A tristeza e a solidão podem ser avassaladoras, mesmo com tanta gente ao redor, e enfrentar tudo isso sozinha, além de não ser recomendado, pode ser muito difícil mesmo. Um bebê que chora o dia todo, mama pra caramba, e depende totalmente de você é sim exaustivo (demais), e pode ser enlouquecedor.

Precisamos falar mais sobre isso.

Compartilhe seus erros e acertos, as suas maiores angústias, quem sabe a gente se encontra (e se enxerga) em algum depoimento?

Mães reais existem! Elas estão aqui.

por Dra. Kelly Marques Oliveira

Pediatra, Alergista e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039

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Consultório Espaço Médico Descomplicado – São Paulo: (11) 5579-9090/ whatsapp (11) 93014-0007

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