Mitos sobre amamentação: Meu leite não sustenta!

amamentação, dica para amamentar, pediatria descomplicada, dra kelly oliveiraMuitas mamães que amamentam exclusivamente ao seio materno percebem que, em determinadas épocas, o bebê fica praticamente o tempo todo no peito, e mama com mais frequência. Uma das conclusões erradas sobre isso é que o seu leite “é fraco”, ou “não sustenta” porque se sustentasse, o bebê não mamaria o tempo todo. Além disso, você, mamãe, vai deixar ele passar fome? Resultado: muitas mamães, por insegurança, falta de informação e pressão externas acabam cedendo à mamadeira, pois aí sim, o bebê “estará satisfeito”.

Hoje vamos falar um pouco sobre porque o bebê em determinados momentos precisa tanto do leite materno em maior frequência e quantidade. Vamos desmascarar cada mentira contada às mamães aqui, que as impedem de amamentar de maneira correta.
A maioria dos bebês apresentam o que chamamos de “surtos de crescimento” durante o primeiro ano de vida.

Para mais informações sobre a importância do aleitamento materno, como funciona a produção de leite, qual a pega e posição certas para amamentar, amamentação e trabalho, veja esses posts.

O que é o “surto de crescimento”?

Surto de crescimento nada mais é do que o crescimento acelerado do bebê em um curto espaço de tempo, que aumenta consequentemente a sua demanda por leite. Se você tem um adolescente em casa, ou conhece, pense em como ele come na fase de “estirão”…isso acontece com o bebê, mas numa escala muito maior! Durante aquisições no seu desenvolvimento como rolar, sentar, engatinhar, falar, a criança também “exige” uma maior demanda, pois o seu cérebro cresce numa velocidade enorme!
No bebê amamentado exclusivamente ao seio materno a ingesta de leite pode aumentar exponencialmente nas primeiras semanas de vida, o que acompanha o crescimento da criança a olhos vistos! O aumento da ingesta de leite materno é temporário

Quando ocorrem os “surtos de crescimento”?

Isso pode variar de bebê para bebê, mas geralmente ocorrem em torno de 7 a 10 dias, 2 a 3 semanas, 4 a 6 semanas, 3 meses, 4 meses, 6 meses e 9 meses, em maior ou menor intensidade.

Ocorrem mais alguns surtos de crescimento após o primeiro ano de vida do bebê também, e também durante a adolescência.

Quanto tempo o surto de crescimento dura?

A sua duração média é de 2 a 3 dias, mas às vezes pode demorar 1 semana ou mais.

Quais são os sinais que ajudam a saber se a criança está passando por um surto de crescimento?

  • O bebê mama a toda hora, quase que sem pausa.
  • O bebê antes dormia a noite e agora está acordando várias vezes para mamar.
  • O bebê pega o peito e solta, ficando agitado nos intervalos.
Estes sinais sinalizam para o corpo da mamãe: “PRODUZA MAIS LEITE AGORA!” Nosso corpo entende muito bem o que está acontecendo e irá responder às necessidades do bebê. A sucção extra do bebe irá estimular a produção de mais leite.

Sinais observados após um surto de crescimento

  • Bebê dorme mais horas por um dia ou dois
  • A mãe nota as mamas mais cheias
  • O bebê acalma ao seio materno
  • Você pode notar um aumento das fraldas molhadas com o aumento da ingestão de leite pelo bebê.

Como lidar com os surtos de crescimento?

Confie na demanda do seu bebê. O bebê irá naturalmente receber mais leite pelas mamadas mais frequentes, e sua produção de leite vai aumentar. Não é necessário (nem desejável) complementar o seu bebê com fórmula ou leite ordenhado durante um surto de crescimento. Nesse momento, qualquer interferência na amamentação irá atrapalhar o processo, interferindo com a oferta natural e a demanda de produção de leite, e vai impedir que seu corpo entenda que PRECISA produzir mais leite durante o surto de crescimento.
Ouça seu corpo.  Algumas mães que amamentam sentem mais fome ou sede quando o bebê está passando por um surto de crescimento. Coma bem, de maneira saudável e tome muito líquido.
Tome muita água. Você vai ver que amamentar dá uma sede absurda, e nessa fase de maior demanda, mais ainda! Deixe uma garrafinha de água sempre próxima de você para não esquecer de tomar água.
Não se prenda ao relógio. Se existe algo que ajuda as mamães a sobreviverem aos surtos de crescimento com um sorriso no rosto é não se prender ao tempo das coisas. Não se prenda em quanto tempo o bebê mama, há quanto tempo o bebe mamou pela última vez, e quantas vezes você teve que acordar a noite para amamentar….o bebê vai querer mamar…e muito!
Saiba ouvir o seu bebê. Interprete os sinais. Lembre-se que nem tudo é fome, mas se a bebê mama a toda hora (e mama bem), e acalma quando está no peito, provável que seja mesmo um surto de crescimento. Não se desespere, continue amamentando, descanse ao máximo, peça ajuda e aguente firme.
Não dê fórmula de jeito nenhum, muito menos na mamadeira. As mamães costumam pensar que o seu leite não está “sustentando”, porque se tivesse, o bebê não mamaria toda hora. Pensamento errado!!! Como já vimos, existem outras causas para o bebê chorar e querer o peito toda hora. Esses momentos de surtos de crescimento são essenciais, e se você der mamadeira o seu corpo vai entender que NÃO precisa produzir mais leite, e esse aumento de produção não vai acontecer.
Fique tranquila, busque apoio e saiba que você está fazendo certo! Os surtos de crescimento podem deixar os papais confusos, pois quando pensamos que estamos começando a entender melhor os sinais que o nosso bebê transmite, tudo muda novamente. O bebê fica o dia todo no peito mamando, o bebê que dormia a noite toda volta a acordar, fica mais agitado sem um motivo aparente…nesse momento é importante buscar apoio e saber que essa fase dura alguns dias e depois tudo volta ao normal.
Lembre-se: nessa fase é super importante ter um pediatra acompanhando o crescimento de desenvolvimento do bebê e que passe a tranquilidade que vocês, pais, precisam nessa fase.

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Um bjo

Dra. Kelly Marques Oliveira

Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039

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*As informações dadas aqui não substituem a consulta médica. Se houver dúvida o médico deverá ser consultado.

 

photo credits: http://mybabyguide.com/national-breastfeeding-week/

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